O presidente americano, Donald Trump, reconheceu oficialmente, nesta quarta-feira (6), Jerusalém como capital de Israel, rompendo com décadas de diplomacia americana e internacional. Durante o discurso, Trump afirmou que decisão "já deveria ter sido tomada há muito tempo".
— Muitos presidentes disseram que fariam algo e não fizeram nada — acrescentou, em alusão à promessa de vários de seus antecessores de transferir a embaixada norte-americana de Tel-Aviv para Jerusalém.
Trump ainda reivindicou "uma nova abordagem" sobre o conflito entre Israel e Palestina, prometendo que fará todo o possível para chegar a um acordo de paz.
O estatuto de Jerusalém, ou seja, sua condição política, é um tema-chave no conflito israelense-palestino, e ambas as partes reivindicam a cidade como sua capital. A notícia sobre a intenção de Trump gerou reações de repúdio na comunidade árabe e em lideranças mundiais. A Liga Árabe pediu que Washington reconsidere sua decisão, enquanto o rei Salman, da Arábia Saudita, aliado dos Estados Unidos na região, advertiu que a mudança poderia desatar "a ira dos muçulmanos em todo o mundo". A Organização das Nações Unidas (ONU) também se posicionou contra à medida e disse que qualquer alteração na situação da Cidade Santa deve ser fruto de negociação entre israelenses e palestinos para evitar a intensificação dos conflitos.
— O futuro de Jerusalém é algo que deve ser negociado com Israel e palestinos em negociações diretas, um ao lado do outro — disse o enviado especial da ONU no Oriente Médio, Nickolay Mladenov.