O projeto de Donald Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel gera repercussões negativas com lideranças mundiais. A expectativa é de que o presidente dos Estados Unidos comunique a decisão no fim da tarde desta quarta-feira (6). A Organização das Nações Unidas (ONU) defende que qualquer alteração na situação da Cidade Santa seja fruto de negociação entre israelenses e palestinos para evitar a intensificação dos conflitos.
— O futuro de Jerusalém é algo que deve ser negociado com Israel e palestinos em negociações diretas, um ao lado do outro — disse o enviado especial da ONU para o Oriente Médio, Nickolay Mladenov.
Trump pretende ordenar o início dos preparativos para a mudança da embaixada norte-americana de Tel Aviv para Jerusalém. O ministro britânico das Relações Exteriores Boris Johnson afirmou que não pretende transferir a embaixada.
— Jerusalém deveria, evidentemente, ser parte de uma solução definitiva (ao conflito) entre israelenses e palestinos, uma solução negociada — disse.
A China também manifestou sua "preocupação" com o projeto do presidente americano.
— Estamos preocupados com uma possível escalada das tensões _ declarou o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Geng Shuang.
Lideranças da Turquia também advertiram para os riscos que a decisão traz de acirrar os conflitos entre israelenses e palestinos. A medida pode "lançar a região e o mundo em um incêndio, cujo fim ninguém pode prever", declarou o porta-voz do governo turco, Bekir Bozdag.
Manifestação do Papa
O papa Francisco manifestou preocupação com a situação de Jerusalém. O líder religioso pediu que a situação da cidade seja respeitada.
— Faço um apelo desesperado para que todos se comprometam a respeitar o status quo da cidade, em conformidade às resoluções pertinentes das Nações Unidas — disse.