O movimento islamita Hamas convocou nesta quinta-feira (7) uma nova revolta palestina depois que o presidente americano Donald Trump reconheceu Jerusalém como capital de Israel. Tantos palestinos como israelenses reivindicam a Cidade Santa como sua capital. Vários grupos palestinos também convocaram uma greve geral em protesto. Na parte palestina da cidade, as lojas e as escolas foram fechadas em greve.
— Só podemos enfrentar a política sionista apoiada pelos Estados Unidos com uma nova intifada — declarou o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em discurso pronunciado na Faixa de Gaza.
Nesta quarta-feira (6), milhares de pessoas foram às ruas na Faixa de Gaza gritando "Morra América!" e "Morra Israel!". O anúncio de Trump provoca o temor de novos confrontos. São esperadas manifestações durante o dia em Ramalah, a capital política palestina, em Belém, também situada na Cisjordânia ocupada, e em várias localidades da Faixa de Gaza, território palestino submetido ao rigoroso bloqueio israelense.
Para esta sexta-feira (8), dia da tradicional oração semanal dos muçulmanos, são esperadas novas manifestações em massa.
No mesmo dia, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), a pedido de oito países — entre eles Egito, França e Reino Unido — se reunirá em caráter de urgência para tratar a questão.
O presidente palestino Mahmud Abbas lamentou a decisão, que, para ele, coloca em xeque o papel histórico de mediador dos Estados Unidos como mediador de paz. Trump alega que reconhecer Jerusalém como capital não significa pronunciar-se sobre o "status final" da cidade em negociações com os palestinos.
Um porta-voz do exército israelense informou que serão enviados batalhões à Cisjordânia, território palestino ocupado, e que outras forças de segurança estão preparadas para intervir. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse ainda que o presidente americano se uniu para sempre à história de Jerusalém.
— O presidente Trump se uniu para sempre à história de nossa capital. Seu nome aparecerá com orgulho ao lado de outros nomes na história gloriosa de nossa cidade — afirmou Netanyahu.