O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, pediu uma "investigação independente e transparente" sobre os confrontos de sexta-feira na Faixa de Gaza que terminaram com 16 palestinos mortos.
Guterres "também pede a todas as partes e envolvidas que evitem qualquer ato que possa resultar em mais vítimas, em particular as medidas que possam colocar os civis em situação de perigo", afirmou o porta-voz Farhan Haq em um comunicado.
O secretário-geral também reafirmou a "disponibilidade" da ONU para retomar os esforços de paz israelense-palestinos, segundo o texto.
O Conselho de Segurança da ONU se reuniu em caráter de emergência na sexta-feira (30) para analisar a explosão de violência em Gaza que deixou 16 palestinos mortos, mas não conseguiu chegar a um acordo sobre uma declaração conjunta.
— Há o temor de que a situação piore nos próximos dias — advertiu Taye-Brook Zerihoun, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Políticos, que pediu máxima contenção.
A reunião, solicitada pelo Kuwait, abordou a violência de sexta-feira, quando dezenas de milhares de moradores de Gaza protestaram perto da fronteira com Israel: 16 palestinos morreram e centenas ficaram feridos no dia mais violento desde a guerra de Gaza em 2014.
— O risco de escalada é real. Existe a possibilidade de um novo conflito na Faixa de Gaza — afirmou o representante francês na reunião.
Estados Unidos e Reino Unido expressaram inquietação com a data da reunião, já que a Páscoa judaica teve início na sexta-feira à noite, o que significava a ausência de representantes israelenses. Os embaixadores de vários países do Conselho de Segurança enviaram seus adjuntos.
— Deveríamos ter alcançado um acordo para que todas as partes participassem esta noite — disse o representante americano.
— Estamos profundamente tristes com as perdas humanas — afirmou o diplomata.
Neste sábado, o Irã, inimigo de Israel, condenou o que chamou de "massacre selvagem" de palestinos.
Forças israelenses bombardearam com tanques e aviões três posições do movimento radical Hamas em Gaza depois que, segundo fontes militares, milicianos deste grupo atiraram contra soldados de Israel na fronteira.
* AFP