Os Estados Unidos expressaram preocupação com a "superprodução" da China e com a ajuda de empresas chinesas à indústria armamentista da Rússia desde a invasão da Ucrânia, indicou o Departamento do Tesouro nesta segunda-feira (16).
A declaração foi feita na última quinta-feira, durante um encontro do G20 na África do Sul.
Washington tem alertado repetidamente sobre os riscos da superprodução na segunda maior economia do mundo, temendo que isso aumente a entrada de bens baratos nos mercados globais.
A última reunião do grupo de trabalho econômico entre Estados Unidos e China ocorreu pouco depois de a secretária americana do Tesouro, Janet Yellen, destacar a necessidade de comunicação em todos os níveis entre as duas maiores economias do mundo para evitar a deterioração das relações.
Durante o governo de Joe Biden, as tensões econômicas e comerciais foram mantidas sob controle, mas isso pode mudar quando Donald Trump retornar à Casa Branca em 20 de janeiro.
O presidente eleito já ameaçou aumentar as tarifas sobre as importações procedentes da China, Canadá e México.
Por enquanto, autoridades americanas têm tentado fortalecer os canais de comunicação em questões econômicas.
Durante a reunião do grupo de trabalho na quinta-feira, as partes "discutiram a evolução macroeconômica de cada país, incluindo o impacto do pacote de estímulo recentemente anunciado pela China", informou o Departamento do Tesouro.
Também abordaram temas relacionados à dívida e ao apoio a países de baixa renda.
Os Estados Unidos levantaram várias questões, incluindo "o apoio de algumas empresas chinesas à base industrial de defesa da Rússia", em plena guerra na Ucrânia, acrescentou o comunicado.
A reunião foi liderada pelo subsecretário do Tesouro para Assuntos Internacionais, Jay Shambaugh, e pelo vice-ministro das Finanças da China, Liao Min.
Outra delegação dos Estados Unidos está em Nanjing, na China, para participar de uma reunião do grupo de trabalho financeiro, na qual autoridades americanas discutirão temas como estabilidade financeira, combate à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.
* AFP