Marcelo Medeiros, atual presidente do Inter, falou sobre a operação do Ministério Público (MP) que cumpriu mandados de busca e apreensão em investigação de apropriação e desvio de valores na gestão de Vitorio Piffero, na manhã desta quinta-feira (20). Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o mandatário colorado não se mostrou surpreso com a ação, mas vê com tristeza o clube estar envolvido em uma investigação de tamanha gravidade.
— Recebi com tristeza. Na verdade, como torcedor, ver o teu clube saindo das páginas esportivas e indo para as matérias de natureza investigativa é triste. Mas como dirigente, nós temos a responsabilidade de apurar as irregularidades que estão sendo apontadas pelo MP e que já foram apontadas no âmbito do Conselho Deliberativo. A nossa gestão entregou tanto ao MP quanto à comissão de sindicância as informações, os documentos exigidos. É a nossa obrigação dar transparência a esses assuntos e apurar possíveis responsáveis — declarou.
A investigação apura a ocorrência de crimes de apropriação indébita, estelionato, organização criminosa, falsidade documental e lavagem de dinheiro durante os anos de 2015 e de 2016. Segundo Medeiros, a operação do MP não é novidade, uma vez que irregularidades penais foram apontadas pelos relatórios.
— O que está sendo apontado foi irregularidades apuradas na âmbito do Conselho Fiscal pela auditoria, que foi encaminhado ao Conselho Deliberativo e, no âmbito do Conselho, foi conduzido por um promotor de Justiça. Concluiu-se que havia irregularidades de três naturezas: administrativa, civil e penal. A penal foi encaminhada ao Ministério Público, porque o MP tem ferramentas que o Inter não tem — afirmou.
Quanto âmbito do futebol, Medeiros é cauteloso, mas afirma que a Série B pode ter sido uma herança da má gestão realizada no clube.
— Um time do tamanho do Inter não cai por acaso. Mas a gente tem que ter o cuidado de não fazer juízo de valor, tirar alguma conclusão. A gente ainda tem de ouvir o órgão público que investigou esse caso. E depois esperar que as partes apontadas como responsáveis exerçam seus direitos de defesa. Mas, obviamente, nos leva a pensar que a Série B não foi por acaso — finalizou o presidente colorado.
GZH está tentando contato com os demais envolvidos na operação do MP. Os mandados são cumpridos em residências e sedes de empresas de Porto Alegre, Eldorado do Sul e Viamão. Além de Piffero e Affatato, Alexandre Limeira, Emídio Marques Ferreira, Marcelo de Freitas e Castro e Carlos Pellegrini também são investigados.