Imagens de um drone da Marinha do Brasil que sobrevoou regiões próximas à cidade de Rio Grande, no Sul do estado, registraram áreas que seguem inundadas cerca de dois meses após a região ser atingida por enchentes. O equipamento foi lançado do maior navio de guerra da América Latina, que atracou na cidade em 27 de junho.
O drone conseguiu captar imagens da Ilha dos Marinheiros, bem como da ponte que liga a comunidade ao centro de Rio Grande – a travessia está interditada. O equipamento também sobrevoou o centro do município de São José do Norte, na outra margem da Lagoa dos Patos.
O uso do equipamento começou em 1º de julho e tem permitido mapear as áreas atingidas, facilitando o trabalho no apoio à população da região, de acordo com a Marinha.
— Trata-se da capacidade de colocar os olhos da Força Naval no ar para que a gente possa observar tudo que for necessário e poder dar continuidade à ajuda humanitária na região — explica um dos integrantes da equipe.
Os locais mapeados já eram conhecidos pelas equipes. No entanto, a Marinha afirma que o equipamento permite visualizar regiões onde pessoas podem precisar de mais apoio – o que seria inviável de outra maneira.
Sobre o drone
O drone usado pela Marinha tem capacidade para atingir 100 km de distância do navio, com 13 horas de autonomia, o que permite fazer missões de vigilância e coleta de dados.
O equipamento tem 3,1 metros de envergadura e conta com uma câmera que permite aproximar em até 171 vezes o zoom original. Em termos proporcionais, é possível visualizar a placa de um veículo a cerca de 600 metros de altura.
Para realizar a operação, é necessário embarcar todo o material de apoio, como o lançador, a estação de controle e o sistema de recolhimento.
Atuação do navio da Marinha
O Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) Atlântico, o maior navio de guerra da América Latina, para a missão humanitária de ajuda à população do estado, atracou em Rio Grande em 11 de maio.
O objetivo inicial era auxiliar no resgate às vítimas ilhadas e no transporte de suprimentos pelas vias alagadas.
A embarcação saiu da Base Naval do Rio de Janeiro e levou junto ao RS oito embarcações de médio e pequeno porte, além de duas estações móveis para tratamento de água capazes de produzir um total de 20 mil litros de água potável por hora.
O navio saiu da região, mas retornou em 27 de junho, com 115 toneladas de donativos para auxiliar a população castigada pela enchente que ainda não conseguiu se recuperar.
Ao todo, a Marinha afirma que já transportou cerca de 250 toneladas de suprimentos com a embarcação desde o início das enchentes.