Os dirigentes dos cinco mais altos tribunais do país se reuniram na quarta-feira (24) para a entrega do I Prêmio Nacional de Jornalismo do Poder Judiciário — 35 anos da Constituição Cidadã. Na oportunidade, eles ressaltaram o papel da Justiça, da imprensa e da liberdade de expressão como pilares do Estado democrático de direito. O evento ocorreu na sede do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Na premiação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), os jornais Zero Hora e Pioneiro venceram na categoria Jornalismo Escrito, com a reportagem sobre o flagrante de 207 safristas em trabalho análogo à escravidão em Bento Gonçalves, de autoria dos repórteres Vitória Leitzke, Bruno Tomé, Flávia Terres e Humberto Trezzi. Na mesma categoria, o terceiro lugar foi para a reportagem de Zero Hora assinada por Carlos Rollsing e Mateus Bruxel sobre a contratação de safristas para a colheita da maçã.
Para o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, a imprensa nunca foi tão necessária quanto no mundo atual, sendo papel dos jornalistas profissionais "reocupar o espaço da civilidade e o controle mínimo da autenticidade do que chega ao espaço público".
— O mundo está tentando traçar o que é liberdade a ser protegida e o que, se escondendo por trás da liberdade, é destrutivo para a vida civilizada. Por isso, precisamos da imprensa para reportar os fatos de maneira autêntica — afirmou.
Além do presidente do STF, participaram da premiação a presidente do STJ, ministra Maria Thereza de Assis Moura; a vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia; o presidente do TST, ministro Lelio Bentes Corrêa; e o presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ministro tenente-brigadeiro do ar Francisco Joseli Parente Camelo.
Premiação teve 261 trabalhos, 92 finalistas e 19 vencedores
Os 19 vencedores do I Prêmio Nacional de Jornalismo do Poder Judiciário — 35 anos da Constituição Cidadã foram anunciados durante a cerimônia. Em cada um dos cinco eixos temáticos, correspondentes aos cinco tribunais, foram premiados trabalhos nas categorias jornalismo escrito, de vídeo e de áudio, além da categoria fotojornalismo, que abrangeu todos os eixos.
Dos 261 trabalhos jornalísticos inscritos no prêmio, 92 foram selecionados como finalistas. Os vencedores de cada categoria ganharam troféus; os demais, até o quinto lugar, receberam certificados.
Confira a relação dos vencedores
Eixo 1: Supremo Tribunal Federal
Categoria Jornalismo de Vídeo
"Cobertura do 8 de janeiro: dos ataques à vitória da democracia" — Daniel Guaraciaba Martins; Juliana Lima; Flávia Foreque; Marlon Herath; Danielle Rafare; Filomena Paixão; Vitor Matos; Denise Lacerda; Roberta Paz e outros — TV Globo.
Categoria Jornalismo de Áudio
"Sem Precedentes" — Felipe Recondo Freire; Thomaz Pereira; Diego Werneck; Juliana Cesario Alvim — Jota.
Categoria Jornalismo Escrito
"Brasília em transe: como as instituições frearam a aventura golpista do 8 de janeiro" — Thiago Bronzatto; Mariana Muniz; Jeniffer Gularte; Cristiano Mariz; Eduardo Gonçalves; Daniel Gullino; Gabriel Saboia; Paolla Serra; Dimitrius Dantas; Lauriberto Pompeu; Marco Grillo; Thiago Faria; Sergio Roxo; Julia Noia; Nicolas Yory; Luan de Souza Oliveira — O Globo.
Eixo 2: Tribunal Superior Eleitoral
Categoria Jornalismo de Vídeo
"As acusações que podem impedir Bolsonaro de disputar eleições" — Mariana Schreiber Ribeiro — BBC News Brasil (YouTube).
Categoria Jornalismo de Áudio
"Paredes São de Vidro" — Felipe Recondo Freire; Alexandre Aragão; Eduardo Gomes — Jota.
Categoria Jornalismo Escrito
"Na contramão da Câmara, TSE aperta punição à fraude de cotas de gênero e condena 82% dos casos" — Mariana Soares Muniz — O Globo.
Eixo 3: Superior Tribunal de Justiça
Categoria Jornalismo de Vídeo
Documentário "Fantasmas da lama" — Pedro Tavares Ladeira; Paulo Saldaña; André Carvalho; Nicollas Witzel; Henrique Gandolfo — Folha de S.Paulo.
Categoria Jornalismo de Áudio
Série de reportagens "Declaração Universal dos Diretos Humanos" — Eliane Pereira Gonçalves; Thiago Padovan; Maria Beatriz de Melo Silva; José Maria Machado — Radioagência Nacional EBC.
4º lugar: "Negro, jovem e tatuado: as características que mais motivam abordagens policiais e suas consequências judiciais" — Lucas Abati e Gabriel Jacobsen — Rádio Gaúcha.
5º lugar: Série de reportagens "Dez anos da tragédia em Santa Maria (Boate Kiss) - Uma dor que não passa" — Cid Martins — Rádio Gaúcha.
Categoria Jornalismo Escrito
"Em 17 anos, PM de SP enquadrou o equivalente a toda a população brasileira" — Jeniffer Mendonça Anunciação — Ponte Jornalismo.
Eixo 4: Tribunal Superior do Trabalho
Categoria Jornalismo de Vídeo
"Escravos do carvão" — Rodrigo Favero Carvalho de Castro — Record.
Categoria Jornalismo de Áudio
"Meninas negras livres de trabalho infantil doméstico" — Roberta Tasselli; Alessa Camarinha; Laura Mello — Criança Livre de Trabalho Infantil (Spotify).
Categoria Jornalismo Escrito
"Flagrante de 207 safristas em trabalho análogo à escravidão em Bento Gonçalves/RS" — Vitória Leitzke; Bruno Tomé; Flávia Terres; Humberto Trezzi — Zero Hora/Pioneiro.
Eixo 5: Superior Tribunal Militar
Categoria Jornalismo de Vídeo
"215 anos da Justiça Militar no Brasil" — Fernando Goldwasser David — TV Bandeirantes.
Categoria Jornalismo de Áudio
"Acervo Vivo: Superior Tribunal Militar une memória e inclusão para a digitalização de arquivos" — Luciano Cesário da Silva — Rádio O Povo CBN de Fortaleza.
Categoria Jornalismo Escrito
"O limite da responsabilidade" — Arthur Gandini de Oliveira Rodrigues — Revista Consultor Jurídico.
Categoria Fotojornalismo (todos os eixos)
"Intentona golpista" — Gabriela Biló — Folha de S.Paulo (eixo STF).
"TRE emite zerésima para integridade da eleição de conselheiro tutelar" — Breno Esaki Borges — Portal Metrópoles (eixo TSE).
"Crise Yanomami" — Frederico Magno Machado da Silva — O Tempo (eixo STJ).
"Reféns do Carvão: exploração de trabalhadores em carvoarias na Amazônia" — Sergio Ricardo de Oliveira — Revista Cenarium (eixo TST).