A destruição causada pelas enchentes e pela forte chuva no Estado foram registradas pelo Programa de Monitoramento Rede Brasil M.A.I.S (Meio Ambiente Integrado e Seguro), do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Através de imagens de satélite, é possível ver as cheias nas cidades de Muçum, Encantado, Taquari, General Câmara, Triunfo e São Jerônimo, banhadas pelas águas dos rios Taquari e Jacuí.
Nas imagens de satélite, as localidades aparecem tomadas por água e lama logo após o desastre. Cenário aparece diferente nas imagens de dias anteriores.
Confira os registros
Muçum, no Vale do Taquari, foi a cidade mais atingida pela enchente do Rio Taquari. O município contabiliza 16 das 49 mortes em razão da cheia, conforme balanço divulgado pela Defesa Civil na noite de terça-feira (19).
Como mostram as imagens de satélite, a cidade foi tomada pela água e pela lama do rio. A cidade teve 85% do seu território inundado pelo Rio Taquari, que subiu 28,90 metros acima do seu leito normal entre a tarde e o anoitecer de segunda-feira (4). A prefeitura ainda calcula que 70% das empresas foram destruídas pela tragédia ambiental.
Em Encantado, os registros aéreos evidenciam que o rio subiu o suficiente para transbordar para as ruas da cidade. Conforme registrado por GZH, a enchente foi a maior em 107 anos de história do município, deixando a cidade sem sinal de celular, sem água e energia elétrica em algumas localidades. Em razão disso, cerca de 800 pessoas ficaram desabrigadas.
Até o momento, segundo o último balanço da Defesa Civil, uma vítima foi contabilizada em Encantado.
O monitoramento mostra como o rio se alastrou por regiões rurais e uma pequena parte urbana de Taquari. Segundo a prefeitura, em 6 de setembro, no dia do segundo registro fotográfico, 27 famílias estavam desalojadas. Em sua maioria, pessoas das localidades de Beira do Rio, Caramujo, Rincão, e dos bairros Praia e Passo da Aldeia.
Naquela data, o nível do rio atingiu 12 metros, chegando a uma marca histórica. A água encobriu a Avenida Getúlio Vargas, acesso ao bairro Praia, e submergiu as casas ribeirinhas. Nenhuma morte foi contabilizada na região.
Outra área bastante impactada pelas cheias foi a Região Carbonífera. Nas imagens, as cidades General Câmara, Triunfo e São Jerônimo aparecem com partes submersas pelo somatório das cheias do Rio Taquari e do Rio Jacuí, este último que atravessa as fotos horizontalmente.
Em São Jerônimo, em 6 de setembro, quando a segunda imagem foi tirada, GZH mostrou que cerca de 40 famílias tiveram de ser resgatadas de suas moradias, porque as residências estavam submersas pelos rios. O mesmo problema foi registrado pela reportagem em General Câmara.
Naquele dia, o nível do rio chegou à marca dos 8m50cm, ultrapassando a cota de inundação. O volume do rio subiu rapidamente, impossibilitando que moradores retirassem seus pertences das casas.
Em Triunfo, a cheia do Taquari provocou a remoção de famílias da localidade de Barreto, e também das comunidades de Olaria, Centro, Estaleiro, General Neto, Praia Grande, Porto Batista e Passo Raso e Ilhas, devido à elevação do Jacuí.
Programa de monitoramento
O programa de monitoramento, que é o resultado de um contrato entre a Polícia Federal (PF) e SCCON – responsável pela plataforma –, disponibiliza para órgãos públicos, pesquisadores e interessados os registros de satélite feitos em diversas localidades pela empresa norte-americana Planet. A partir dessas imagens, é possível gerar alertas ambientais, como de queimadas, e acompanhar desastres ambientais.
Atualmente, o programa tem mais de 300 instituições governamentais cadastradas, com cerca de 43 mil usuários. Segundo a assessoria da plataforma, no Rio Grande do Sul, há 2.933 usuários e 13 instituições cadastradas na plataforma, entre elas a Brigada Militar, o Corpo de Bombeiros Militar e a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado.