As enchentes registradas no Rio Grande do Sul chegaram à Região Carbonífera. Nesta quarta-feira (6), centenas de pessoas foram retiradas de suas casas devido à cheia do rio que dá nome à região.
Em São Jerônimo, cerca de 40 famílias foram resgatadas de residências atingidas. Na Vila dos Pescadores, a maior parte das moradias já estava total ou parcialmente submersa.
Ao final da manhã, muitas pessoas, incluindo crianças, estavam sendo colocadas em barcos para serem retiradas do local. Uma família de 14 pessoas precisou aguardar por ajuda na parte alta da casa.
— Foi tudo muito rápido. Ontem (terça-feira) não estava tudo isso que está hoje. Para você ter noção, a escada tem 15 degraus. Ontem a água chegou a pegar altura de uns cinco degraus. Hoje só faltava quatro pra encher, chegar no segundo piso, na parte de cima da casa — relatou Valdemir Gomes da Silva, um dos moradores.
Por volta das 11h30min, o nível do rio chegava à marca dos 8m50cm, ultrapassando a cota de inundação. O volume tem subido, em média, 12 centímetros por hora. Com a velocidade de elevação da água, moradores não conseguiram retirar seus pertences.
— Não consegui tirar nada, ficou tudo lá. Só levantei o que deu pra levantar, né? Porque a minha casa é dois pisos, já tá entrando água, aí tive que deixar lá. O que eu vou fazer, né? Por enquanto eu não sei ainda o que eu perdi. Só depois que baixar para ver — contou Jacimar Luís da Silva, que mora a cerca de 50 metros do leito do rio.
Ao menos três famílias foram levadas a abrigos do município. A tendência é que esse número aumente ao longo do dia, pois não há perspectiva de estagnação do nível do rio.
— Acreditamos que vai agravar (o problema) se chover bastante. Estamos torcendo que não se confirmem as previsões do tempo, porque, se isso se confirmar, nós vamos ter uma situação de calamidade muito grave aqui no nosso município — alerta o prefeito de São Jerônimo, Evandro Heberle.
O mesmo problema é registrado em General Câmara, cidade vizinha a São Jerônimo. Por lá, pessoas também estão sendo resgatadas. Ainda não há um número de desabrigados.