A 1ª Vara Federal de Passo Fundo concluiu o segundo leilão de bens de Maurício Dal Agnol. Foram arrematados R$ 20.191.000,00 em imóveis do advogado acusado de desviar dinheiro de clientes. Dos 17 lotes disponíveis, foram vendidos 15. Os lances começaram com 50% de desconto, mas houve intensa disputa em todos os imóveis. No total, o leilão recebeu quase 500 propostas. Se levar em conta o preço mínimo dos bens vendidos, houve um incremento de R$ 8.252.120,00 no valor leiloado.
As rodadas foram realizadas apenas por meio eletrônico, pela leiloeira Joyce Ribeiro. O dinheiro arrecadado será utilizado para quitação de impostos. O juiz Ricardo Soriano Fay, da 1ª Vara Federal de Passo Fundo, marcou um novo leilão de bens para setembro.
O caso Dal Agnol completou oito anos em 2022. Recentemente, o juiz Luís Clóvis Machado da Rocha Jr., titular da 4ª Vara Cível de Passo Fundo, liberou R$ 3,6 milhões para pagamento das 27 primeiras vítimas que deram origem à investigação contra o advogado acusado de desviar dinheiro de clientes. A estimativa em processos já concluídos é de uma dívida de R$ 290 milhões.
Maurício Dal Agnol foi alvo da Operação Carmelina, deflagrada em 2014 pela Polícia Federal (PF). A investigação apontou que ele teria ficado com dinheiro de clientes após acordos com a operadora de telefone Oi, em processos que discutiam ações da extinta Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT).
Após indiciamento, Dal Agnol foi denunciado pelo Ministério Público do RS, junto com outras pessoas, pelos crimes de formação de quadrilha, patrocínio infiel, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Há outras ações criminais contra ele na Justiça estadual, mas essa é a principal. O advogado chegou a ser preso, mas agora responde aos processos em liberdade.
No primeiro leilão de bens dele, que ocorreu no dia 15 de março, foram vendidos quatro lotes, que somaram R$ 2.351.890,00. Na segunda rodada desse leilão, em 24 de março, foram vendidos 16 lotes com arrecadação de R$ 11.345.205,56. Os imóveis que não foram arrematados ficam em venda direta pelo período de 90 dias. Nesse período é possível fazer lances nos mesmos moldes do leilão. A diferença é que não há disputa: o primeiro que registrar o lance no site será o vencedor. A venda direta foi encerrada em 22 de junho, com a comercialização de mais dois imóveis, que somaram R$4.197.500,00. Ou seja, somando tudo o que foi vendido até o momento, foram arrecadados R$ 38.085.595,56 com os bens do advogado.
GZH tenta falar com a defesa de Dal Agnol.