Nomeado chefe do Parque Nacional da Lagoa do Peixe na segunda-feira (30), o biólogo Fabiano José de Souza está processando o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Ele prestou serviços para o órgão federal, responsável pela unidade de preservação localizada no sul do Estado, entre dezembro de 2013 e fevereiro de 2017 como empregado terceirizado.
Na ação aberta no mês seguinte à demissão, o consultor ambiental alega que recolhia lixo dos banheiros, limpava vasos sanitários e tinha contato com ratos e baratas, situação que o expunha "a fungos, vírus, bactérias, parasitas e suas toxinas". Contudo, "não recebeu qualquer valor a título de adicional de insalubridade", argumenta na petição. Por isso, pede indenização de R$ 14,2 mil pelo direito trabalhista e seus devidos reflexos em horas extras, férias, 13º salário, aviso prévio e FGTS com multa de 40%. Tanto o ICMBio quanto a empresa terceirizada, também ré no processo, sustentam que a ação é improcedente.
Fabiano foi a terceira pessoa anunciada à comunidade como chefe da Lagoa do Peixe em 2019. Com a exoneração do servidor de carreira Fernando Weber em abril, Maira Santos de Souza, agrônoma de 25 anos que trabalha nas lavouras de arroz e soja da família, foi alçada ao posto. Permaneceu no cargo por três meses, até ser demitida a pedido do Ministério Público Federal por inexperiência na área de preservação ambiental.
Surgiu, então, o nome da fazendeira Giovana Sessim Borges, 51 anos, apresentada à comunidade como a nova chefe do parque em 4 de dezembro. Sua nomeação, embora estivesse assinada pelo presidente do ICMBio, Homero di Giorge Cerqueira, nunca foi publicada no Diário Oficial da União. Segundo ela, o recuo institucional se deu por não ter aceitado filiar-se a partidos políticos. Fabiano, depois de 16 anos ligado ao PT, pediu sua desfiliação em 2019 e ainda não se associou a nenhuma legenda. Até a publicação deste texto, a reportagem não havia conseguido contato com ele.