Depois de registrar mais de 230 pontos de protestos em rodovias estaduais e federais, o Rio Grande do Sul está sem mobilizações na tarde desta quinta-feira (31), 11º dia de greve dos caminhoneiros. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), por volta do meio-dia não havia mais protestos em estradas federais de todo o país.
Mais cedo, o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) já havia anunciado que não havia mais trechos com manifestantes em rodovias gaúchas estaduais. A tendência é que, agora, o abastecimento de postos a supermercados comece a voltar ao normal.
Grande parte da desmobilização dos protestos ocorreu na tarde anterior, com ajuda de equipes do Exército, da Polícia Rodoviária Federal e da Brigada Militar. Na madrugada desta quinta, outra parte dos caminhoneiros que estavam reunidos principalmente em postos de combustíveis também se desmobilizou.
Pela manhã, GaúchaZH chegou a apurar 23 pontos com concentração de manifestantes. Em apenas um deles, na BR-116, em Ivoti, houve bloqueios do trânsito. Pouco depois das 9h, moradores iniciaram interdições intermitentes, a cada cinco minutos, na entrada da cidade. O grupo de cerca de 60 pessoas pedia redução de impostos e do valor dos combustíveis. No final da manhã, o número já havia caído para nove.
Maior greve da história
No Estado, o ápice da greve dos caminhoneiros no Estado ocorreu no último sábado (26), quando foram registrados 234 pontos de protestos nas rodovias. A partir domingo, com o acordo firmado com representantes da categoria, cujo principal avanção foi a redução no preço do diesel, os manifestantes começaram a se desmobilizar.
No entanto, outras categorias que ja vinham apoiando a greve reforçaram participação, como ruralistas e transportadoras, e outras se somaram, inclusive cidadãos e micro-empresários, levando a uma ampliação das lista de reinvidicações do movimento.
Desde terça-feira (29), nono dia de paralisação, a greve já havia se tornado a maior da história do país, superando os oito dias dos protestos de caminhoneiros em 2015 e os dias em que caminhões de combustíveis ficaram parados em Minas Gerais e São Paulo em 1979.
Independente do número de dias, a atual greve foi a que mais afetou a população, do abastecimento de carros ao transporte público Brasil afora. Mesmo antes de um real cenário de desabastecimento, a greve provocou temor de escassez de alimentos na população, quando nas outras vezes a corrida por produtos se limitava basicamente aos postos de gasolina.
Outros efeitos eram sentidos pontualmente em alguns setores econômicos e algumas regiões com cidades mais afastadas dos centros de abastecimento.
Conforme levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, regionalmente, a maior paralisação de caminhoneiros aconteceu no Rio Grande do Sul em 1981, quando 15 mil motoristas ficaram 18 dias parados até conseguir o reajuste do preço do frete.