Com a desmobilização da greve dos caminhoneiros, o governo do Rio Grande do Sul estima que a normalização do tráfego de caminhões nas rodovias e o reabastecimento devem ganhar força a partir desta quinta-feira (31). No entendimento do Piratini, ações mais contundentes por parte das forças de segurança estadual, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e das Forças Armadas estão entre os fatores que contribuíram para o enfraquecimento do movimento grevista.
Com um posicionamento mais agressivo, o governo do Estado afirmou que “a fase da conversa acabou” e aproveitou o apoio dos militares para criar “corredores de segurança” para retomar o fluxo de veículos de carga pelas estradas gaúchas.
Nesta quarta-feira (30), diversos pontos de concentração em rodovias federais e estaduais foram desmobilizados.
— A expectativa é de que amanhã (quinta-feira) de tarde a gente tenha boas novidades, que tenha retornado praticamente a normalidade no transporte de carga do Estado — disse o coordenador da Defesa Civil no RS, coronel Alexandre Martins de Lima, um dos integrantes do gabinete de crise montado pelo Piratini.
Em um primeiro momento, o governo do Estado tinha concentrado os esforços na escolta de cargas consideradas emergenciais, como produtos da área de saúde, alimentos, combustíveis e da agropecuária. Agora, a ofensiva busca garantir trânsito livre para caminhoneiros que queriam sair da manifestação, mas temiam represálias.
Nesta quarta-feira, em reunião do gabinete de crise, o governador José Ivo Sartori seguiu posicionamento adotado pelo comandante militar do Sul, general Geraldo Antônio Miotto, na terça-feira (29). Sartori destacou que "o caminhoneiro que quiser trabalhar irá trabalhar". O governador reforçou que a paralisação "já passou de todos os limites".
Desde domingo, segundo o governo, 887 veículos foram escoltados no Estado. Conforme o Comando Militar do Sul, apenas nesta quarta, aproximadamente 400 caminhões aderiram aos corredores de segurança em três eixos elencados como prioritários.