A Câmara dos Deputados do Uruguai aprovou por 50 votos da situação contra 49 votos da oposição a liberação definitiva da maconha no país.
O Uruguai fez isso anteontem, para espanto mundial.
Pelo decreto, caberá ao governo a plantação, distribuição, armazenamento e comercialização da maconha.
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Logo pensei em como seria a situação em Livramento, por exemplo, onde basta atravessar uma avenida e se está no Uruguai.
Os brasileiros poderiam atravessar a rua e comprar maconha?
Mas fui ver que só poderão comprar maconha do governo uruguaio os estrangeiros residentes naquele país.
No entanto, existem milhares de dobles-chapas na fronteira do Brasil com o Uruguai, pessoas de dupla nacionalidade e muitas delas originalmente brasileiras que poderão comprar maconha produzida pelo governo e vendida nas farmácias.
Cada adquirente poderá comprar 40 gramas de maconha por mês.
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O consumo da maconha já era tolerado no Uruguai, porém apenas em lugares abertos. Em lugares fechados, a exemplo do cigarro, já era proibido o uso.
Com essa medida, a consequência principal é que o Uruguai acaba de vez com o tráfico da droga e com isso extingue a violência entre traficantes.
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Desconfio que outros países se inspirarão no Uruguai e adotarão a mesma medida.
Ou seja, uma forma de acabar com a violência entre traficantes é legalizar a droga.
Os Estados Unidos, principalmente, assim como outros países, gastaram fortunas, superiores às que gastam em guerras, na guerra contra as drogas. E as drogas acabaram vencendo essa guerra contra o Estado.
E vem o Uruguai, um pequeno mas invejável país americano e oferece aos Estados Unidos essa solução milagrosa contra as drogas.
Em outras palavras, só pode ganhar a guerra contra as drogas quem se aliar às drogas, com o governo plantando-as ou fabricando-as e vendendo-as aos consumidores.
Desconfio que essa possa ser uma solução genial no combate às drogas, paradoxalmente.
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Interessante na revolucionária lei uruguaia é que será permitido a qualquer família plantar determinada quantidade de maconha em seu quintal.
E também quaisquer pessoas podem se organizar em pequeno número, até 45 participantes, formando clubes que plantarão a maconha particularmente. Essa medida, criação de cooperativas de maconheiros, significa a liberação geral da maconha no Uruguai.
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Há que se lembrar que estadistas de nomeada em todo o mundo pregaram já a liberação das drogas, entre eles o ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso.
Mas o papa Francisco declarou em sua recente visita ao Brasil que a liberação das drogas não vai combater as drogas.
Ou seja, é um assunto polêmico, e o Uruguai incendiou agora mais ainda a discussão.