Apesar do veto da União Europeia (UE) para a entrada de cidadãos de países como Brasil e Estados Unidos para visitas não essenciais ao bloco a partir de 1º de julho, o Comitê Olímpico do Brasil ainda estuda uma forma de conseguir iniciar a chamada "Missão Europa".
O projeto pretende levar mais de 200 atletas do país para o continente europeu, entre julho e dezembro, para que eles possam recomeçar suas preparações para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Até o momento, 207 atletas de 15 modalidades de 11 confederações devem ser atendidos pelo programa.
A primeira etapa, programada para julho, tem como principal base Portugal. O Centro de Treinamento de Rio Maior - local público-privado a 75km de Lisboa -, a cidade de Cascais - no litoral -, e Coimbra são os três destinos iniciais para as equipes de atletismo, vela e judô, respectivamente.
"Nenhuma compra de passagens aéreas foi concluída até o momento, o que só será feito com a garantia da permissão de entrada de cidadãos brasileiros em Portugal. Se não for possível, o COB vai observar os protocolos de cada esporte, o que permitirá a retomada da prática esportiva no Brasil, adequada às normas de saúde pública, definidas por cada estado e município", informou o COB, através de nota divulgada nesta terça-feira (30).
Em contato com a reportagem de Gaúcha ZH, o diretor geral do comitê, o ex-judoca Rogério Sampaio disse acreditar na possibilidade da viagem.
— Nesse momento estamos trabalhando junto às autoridades brasileiras e portuguesas para que os atletas possam ir à Europa treinar. Existem exceções nessa regra e nós estamos trabalhando dentro disso e o planejamento segue o mesmo. Os atletas ficarão entre 45 e 60 dias na Europa. As viagens só acontecerão quando cada modalidade definir em que local irá treinar. Continuamos trabalhando para viabilizar o retorno dos nossos atletas aos treinamentos o mais rápido possível — destacou o campeão olímpico de judô nos Jogos de Barcelona 1992.
A fala de Sampaio coincide com o que já havia sido dito pelo diretor de esportes do COB, Jorge Bichara, em recente entrevista ao programa Gaúcha2020, da Rádio Gaúcha.
— Se não for possível nesse momento, temos que entender tudo que possa ser feito e organizar de uma forma positiva para ambos os países, para que nós não venhamos a levar risco para Portugal e ao mesmo que os atletas brasileiros tenham segurança para realizar seus treinamentos. Se for possível nós vamos conforme planejado, senão vamos aguardar e ir mais à frente.
Confira a nota do COB sobre a posição da UE:
O COB acompanha diariamente as regras para entrada de brasileiros na Europa para o melhor planejamento da operação de envio de uma delegação para treinamento em Portugal visando, principalmente, aos Jogos Olímpicos de Tóquio. A entidade trabalha para realizar a Missão Europa com a janela de execução de julho a dezembro e acredita que, dentro desse intervalo, será possível o envio de atletas brasileiros para treinamento no continente europeu.
Nenhuma compra de passagens aéreas foi concluída até o momento, o que só será feito com a garantia da permissão de entrada de cidadãos brasileiros em Portugal. Se não for possível, o COB vai observar os protocolos de cada esporte, o que permitirá a retomada da prática esportiva no Brasil, adequada às normas de saúde pública, definidas por cada estado e município.
Atletas de diversas modalidades já estão em atividade no Brasil ou no exterior, seguindo protocolos locais, e optaram por não aderir à Missão Europa. O COB trabalha para reabrir o CT Time Brasil aos atletas até o final do mês de julho, seguindo rigorosamente o Protocolo de Retorno do Centro de Treinamento Time Brasil e o Guia para a Prática de Esportes Olímpicos no Cenário da covid-19.
Ainda que a pandemia venha a ser controlada, o retorno às atividades será progressivo, exigindo procedimentos rígidos de controle e segurança. O COB reitera que estará plenamente adequado às novas normas de convívio social e profissional, administrando quaisquer riscos.
O COB segue trabalhando para que os atletas classificados ou com potencial de classificação para os Jogos de Tóquio tenham a oportunidade de retomar os treinamentos com tranquilidade e segurança, cumprindo todos os protocolos necessários e validados pelos serviços médicos, seja no Brasil ou no exterior.