O Comitê Olímpico do Brasil (COB) enviará uma delegação de cerca de 200 atletas, divididos em grupos, de julho a dezembro, para treinamentos na Europa. A medida faz parte do Programa Emergencial de Apoio ao Sistema Olímpico, cujas primeiras ações foram apresentadas no dia 18 de maio, marco de dois meses do isolamento social provocado pelo combate à pandemia do novo coronavírus.
Portugal é o primeiro país já confirmado, e foi escolhido por estar em um estágio avançado no enfrentamento à covid-19 e pelo relacionamento existente com o Comitê Olímpico daquele país, que já havia sido escolhido como base principal de aclimatação do Time Brasil para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
— O COB entende o momento peculiar que todo o mundo está passando, com impacto direto em todos os segmentos da sociedade, inclusive o esporte. Nesse sentido, cumprimos nosso papel de manter o sistema olímpico saudável e oferecer a nossos atletas as melhores condições de treinamento e performance, com a máxima segurança — afirma o presidente Paulo Wanderley.
A missão, que deverá incluir atletas e oficiais de diversas modalidades, está em fase final de planejamento. O COB arcará com passagem, hospedagem e alimentação da delegação ao longo de seis meses. O investimento será coberto por parte dos R$ 15 milhões previstos no orçamento da entidade de 2020 dentro do Programa de Preparação Olímpica oriundos da Lei das Loterias.
— Temos uma relação estreita com o Comitê Olímpico Português e já tínhamos iniciado as negociações para a Missão Paris 2024. Com a pandemia, acreditamos que usar as instalações esportivas portuguesas nos permitirá oferecer aos atletas locais seguros e de alto nível para que retomem suas atividades — explica o diretor geral do COB, Rogério Sampaio.
Paralelamente à Missão Portugal, o COB está finalizando seu protocolo de retomada aos treinos. Um documento de cerca de 200 páginas, construído nas últimas semanas em parceria com especialistas e médicos das confederações olímpicas. Esse manual ditará as normas de utilização e abertura gradual do Centro de Treinamento do Time Brasil, no Rio de Janeiro, de acordo com as diretrizes dos órgãos de saúde governamentais.
— Para o COB é preocupante ver nossos atletas sem condição de treinamento em virtude da necessidade real de mantermos o isolamento para controle da pandemia no país. Sabemos o quão importante é vencermos a batalha contra o coronavírus, ao mesmo tempo que trabalhamos para que o Time Brasil esteja em pé de igualdade com seus principais adversários — comenta o chefe de missão nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 e vice-presidente do COB, Marco Antônio La Porta Júnior.
A Missão em Portugal dará continuidade ao pacote das primeiras 15 medidas desenvolvidas pelo COB. Está previsto também um aporte de recurso de R$ 7 milhões, a ser utilizado em ações de combate à pandemia (compra de testes e equipamentos de EPI), projetos esportivos e administrativos (como pagamento de fornecedores, tributos e aluguéis), em virtude do impacto financeiro na receita das entidades no momento. A distribuição será igualitária entre todas as confederações olímpicas.
Também no Programa Emergencial de Apoio ao Sistema Olímpico foi confirmada a destinação de R$ 10 milhões para projetos ligados à área de desenvolvimento esportivo junto às Confederações.