O ano do Kansas City Chiefs foi de altos e baixos até chegar ao Super Bowl. Mesmo sem fazer uma temporada regular brilhante, o time fez o necessário para vencer a divisão e, depois, se transformou na sua melhor versão nos playoffs. Derrotou adversários difíceis e mostrou por quê não se deve duvidar de Patrick Mahomes. Os atuais campeões agora defendem o título.
A franquia terminou a temporada regular com 11 vitórias e seis derrotas, sendo a terceira melhor campanha na Conferência Americana (AFC). Entre as derrotas na primeira fase, algumas acenderam sinal de alerta: Eagles, na reedição do último Super Bowl; Broncos, com a quebra de um tabu de oito anos; e Raiders, um dos piores times da temporada.
Depois disso, chegaram os playoffs, onde não há chance para o erro. E o Kansas City Chiefs sabe disso. Vieram as vitórias contra Dolphins, de um dos ataques mais explosivos da liga; Bills, em um clássico contra Josh Allen; e Ravens, dono da melhor campanha neste ano.
São seis finais consecutivas na AFC e quatro títulos de conferência nestes últimos anos. Um grande domínio.
— Não tem muito segredo. Andy Reid é um técnico inteligente, trabalhador e amigo dos jogadores, capaz de construir um ambiente interno muito bom. A diretoria fez boas escolhas também ao longo dos anos. E deram sorte de achar Mahomes — define Paulo Mancha, comentarista da NFL há 18 anos.
Ano atípico
A falta de recebedores confiáveis foi o principal motivo para a queda de desempenho dos Chiefs no ano. Patrick Mahomes teve média de 246 jardas passadas por jogo. Em seis anos como titular, esta foi a pior média. Na temporada passada, quando foi MVP, foram 308 por partida.
— Até mesmo o tight end Trevis Kelce, seu principal alvo, "sumiu" em alguns momentos. Ele já tem 34 anos, não é tão jovem. Deve estar em uma das suas últimas temporadas — lembra Marcelo do Ó, narrador de NFL da RedeTV.
O Chiefs também foi o time com mais drops entre as 32 franquias. Foram 44 passes em que os recebedores soltaram a bola e não conseguiram completar a recepção. O segundo time com mais drops foi o Browns, com 42. Apesar disso, Mahomes sempre deixou claro que confiava em seu grupo de alvos:
— Vou continuar lançando a bola para eles e eles vão continuar sendo os melhores jogadores que puderem — disse após a derrota para os Eagles.
O que pode fazer a diferença
A experiência de Patrick Mahomes, mesmo com um corpo de recebedores fraco, é um diferencial. A química com Travis Kelce é o principal trunfo. O tight end pode não ter tido a sua melhor temporada regular da carreira, mas ele chegou com tudo para os playoffs. Em três jogos foram 23 recepções, 262 jardas e 3 touchdowns. Para além dele, outro jogador de ataque pode desequilibrar.
— O running back Isiah Pacheco. Ele será fundamental para tirar a pressão de cima dos recebedores dos Chiefs. Com um jogo terrestre potente, a defesa do 49ers não poderá se concentrar só em Mahomes e seus recebedores — aposta o comentarista Paulo Mancha.
Além disso, a defesa dos Chiefs mostrou muita evolução ao longo da temporada e está no topo das principais estatísticas. O time foi o segundo que menos cedeu jardas por jogo (289), o segundo que menos sofreu pontos por partida (17) e o segundo com mais sacks (57).
— A defesa dos Chiefs é muito consistente e foi responsável por muitas vitórias da equipe ao longo da temporada. O principal desafio vai ser conseguir parar o jogo terrestre de McCafrey pelos 49ers. Se conseguir isso, já é um bom caminho — analisa o narrador Marcelo do Ó.
Kansas City Chiefs e San Francisco 49ers disputam o Super Bowl às 20h30min deste domingo (11), no Allegiant Stadium, em Las Vegas.