Meu dia de glória: quando os operários da bola brilharam em times do Exterior. GaúchaZH conta a trajetória de sete jogadores que enfrentaram personalidades do futebol mundial. Confira:
Dias atrás, estabeleceu-se uma discussão no Rio Grande do Sul: qual time era melhor, o Barcelona de 2005/2006 ou o Real Madrid de 2016/2017? Vamos, então, acrescentar mais um time na lista: o Milan de 2007 a 2010. Depois de faturar a Liga dos Campeões e o Mundial de 2007, o time italiano manteve boa parte da base nas temporadas seguintes. Havia perdido Kaká (vendido ao Real Madrid), Dida e Maldini (aposentado), mas acrescentou ninguém menos do que Zlatan Ibrahimovic, que se juntaria em agosto.
Portanto, atenção para a escalação do time que começou a temporada 2010: Abbiati; Abate, Thiago Silva, Nesta e Oddo; Gattuso, Pirlo, Seedorf e Ronaldinho; Alexandre Pato e Inzaghi. Acha difícil enfrentar este time? Edenilson não acha.
O Edenilson em questão é Edenilson Bergonsi. Gaúcho de Carlos Barbosa, o volante de 30 anos hoje veste a camisa 10 do Enosis Paralimni, do Chipre. Mas já passou por Esportivo, Brasil-Pel e Juventude, depois de dividir seu período de categoria de base entre Grêmio e Ulbra.
Eu me senti muito bem naquele jogo, estava realizando um sonho. No primeiro toque na bola, pensei: "Pô, olha onde estou! Saí lá de Carlos Barbosa e agora estou jogando contra o Milan"
EDENILSON BERGONSI
Ao final de sua temporada em Caxias do Sul, em 2009, fez valer sua cidadania italiana e conseguiu um contrato com a Varese, à época recém-promovida à Série B italiana. Chegou como celebridade: dividia uma página do guia dos campeonatos nacionais com o centroavante Diego Milito, um expoente da Inter multicampeã de José Mourinho.
Na pré-temporada daquele ano, Edenilson começou sua aventura italiana justamente contra o Milan. Em seu estádio, o Varese recebeu a seleção de craques de Massimiliano Allegri. No ano anterior, o time grande havia encontrado um adversário ideal para começar bem seu ano, vencendo por 2 a 0. Mas, em 2010, o mundo girou diferente.
Em um início arrasador, Buzzegoli e Cellini abriram 2 a 0 para a Varese, aproveitando duas falhas milanistas em meia hora. Dali por diante, foi só administrar. Não para Edenilson, é claro.
— Eu me senti muito bem naquele jogo, estava realizando um sonho. No primeiro toque na bola, pensei: "Pô, olha onde estou! Saí lá de Carlos Barbosa e agora estou jogando contra o Milan". Aos poucos fui melhorando e me lembro até que driblei o Abate — conta.
Lamenta não ter fotos daquele jogo. Mas guarda na memória do celular o link do YouTube com a reprise da partida.