Meu dia de glória: quando os operários da bola brilharam em times do Exterior. GaúchaZH conta a trajetória de sete jogadores que enfrentaram personalidades do futebol mundial. Confira:
Na carreira de Kleyton Agostini Junior, o que não faltam são times com "-RS" ao lado. Desde 2008, quando deu seus primeiros chutes como profissional, o meia jogou em Santa Cruz, Cruzeiro, Ulbra, Pelotas, Esportivo, Veranópolis, Santo Ângelo, União Frederiquense, Garibaldi, Avenida e Inter de Santa Maria.
Agora, está no São Raimundo, do Pará. Jogou na Áustria e teve um breve período de tempo no Whitehawk, da Inglaterra. Em sua vasta coleção de camisetas, a que vestiu no jogo mais importante não teve nem sequer assinatura de contrato.
A história se passa no verão europeu de 2013. O sobrenome Agostini lhe dava a possibilidade de obter cidadania italiana. Por meio de um empresário e de advogados, cruzou o oceano para agilizar o processo. A ideia era ficar um mês por lá e resolver tudo.
Mas jogador de futebol não pode ficar parado. Assim, Kleyton arrumou um período de (na falta de uma palavra melhor) estágio no Santhià Calcio, clube da cidade homônima na região de Piemonte – a mesma de Turim. Treinou com os companheiros do time da Série D nacional, praticamente amador.
Foi uma experiência interessante, porque só estava treinando. Então fizemos um amistoso. Quando vi, era a Sampdoria. Entramos em campo e estava o Éder
KLEYTON AGOSTINI JUNIOR
E não é que foi contra esse time que a Sampdoria resolveu fazer sua primeira partida na temporada? Após duas semanas de preparação, a equipe de Gênova, que fazia um retiro na região, enfrentou o Santhià para avaliar o andamento da movimentação dos jogadores, o estilo de jogo e tudo mais.
– Foi uma experiência interessante, porque só estava treinando. Então fizemos um amistoso. Quando vi, era a Sampdoria. Entramos em campo e estava o Éder – relata Kleyton.
Éder é um atacante nascido no Brasil que, não aproveitado pela Seleção, naturalizou-se italiano. Tornou-se um dos grandes ídolos da Samp no novo século e seus bons desempenhos o levaram à Inter de Milão. É uma estrela do futebol italiano.
O 6 a 1 sofrido nem importou para Kleyton.
– Aquela passagem foi muito boa. Estive na Áustria depois. As portas se abriram na Europa. Pretendo voltar um dia – diz o meia de 29 anos.