Meu dia de glória: quando os operários da bola brilharam em times do Exterior. GaúchaZH conta a trajetória de sete jogadores que enfrentaram personalidades do futebol mundial. Confira:
"A primeira vez é inesquecível", diz o clichê. "A estreia é sempre complicada", diz o treinador de time grande quando começa o campeonato estadual. "A inauguração serve para ver os erros", diz o lojista.
O zagueiro Josias Basso, 28 anos, não esquece sua primeira vez. Teve uma estreia muito complicada, mas quase não mostrou erros. Figura carimbada do Interior, passou por Lajeadense, Glória e Esportivo, andou na primeira e na segunda divisões do Gauchão.
Na sexta-feira (19), foi contratado pelo Caxias. Natural de Vacaria, começou na base do Juventude. Depois de aprender futebol nas "canteras" do Alfredo Jaconi, conseguiu uma transferência para a Itália, por meio de empresários que aproveitaram sua dupla cidadania.
Na Europa, teve sua estreia profissional em 2008. Contratado pela Reggina, à época na Série A, entrou em campo pelo túnel principal pela primeira vez no Stadio Friuli, casa da Udinese, em partida da Copa Itália.
Nem sei o que me deu, mas sabe que estava bem tranquilo? Estava bem focado
JOSIAS BASSO
Ao enfrentar a Udinese
Em seu time estavam poucos jogadores conhecidos. O problema era o adversário: o primeiro atacante que Josias Basso marcou foi Alexis Sánchez, estrela mundial do Chile, disputado por City e United para deixar o Arsenal e ir para Manchester. O parceiro de ataque de Sánchez era Fabio Quagliarella, centroavante da seleção italiana.
– Nem sei o que me deu, mas sabe que estava bem tranquilo? Estava bem focado e lembro de pensar: "Não vou olhar muito para a arquibancada para não me impressionar e jogar normalmente" – recorda Josias.
O jogo foi equilibrado. Udinese e Reggina empataram em 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação. Nos pênaltis, 8 a 7 para os donos da casa. Apesar da derrota, Basso converteu sua cobrança, um chute "alto, chapado, que o goleiro pulou mas não alcançou". Se não ficou tão triste pela eliminação, o mesmo não se pode dizer do azar que o jogador deu pouco tempo depois:
– Me roubaram uma mala no aeroporto e meu notebook estava nela. Perdi todas as fotos.