Meu dia de glória: quando os operários da bola brilharam em times do Exterior. GaúchaZH conta a trajetória de sete jogadores que enfrentaram personalidades do futebol mundial. Confira:
Desde que se descobriu que Júlio Santos jogou no Mazembe, a experiência pelo time congolês virou uma espécie de sobrenome: Júlio Santos, ex-Mazembe. Não que o zagueiro tenha problema em ter atuado no tetracampeão africano, vice-campeão mundial de 2010. Pelo contrário, é motivo de orgulho. Mas resumir sua carreira a isso é quase uma injustiça para um egresso de Cotia, o CT formador do São Paulo, time pelo qual iniciou sua vida profissional, há 17 anos, e que andou por grandes clubes, como Paysandu, Goiás, Vasco e Portuguesa.
Depois dessa leva, chegou ao Rio Grande do Sul pelo Passo Fundo, em 2013, quando tinha 32 anos. Aparentemente, gostou do povo gaúcho: rodou por Lajeadense, São José, Caxias e Ypiranga, até se fixar no Novo Hamburgo, em 2016.
No time do Vale do Sinos, o zagueirão fez história. Foi dele o gol que levou para os pênaltis a semifinal contra o Grêmio, no Estadual do ano passado. Por suas atuações, acabou escolhido com um dos melhores defensores do Gauchão. Está de volta para tentar buscar o inédito bicampeonato. E para ser uma referência para os jogadores mais jovens.
Brincávamos que ele era bonito demais para ser jogador e artilheiro
JÚLIO SANTOS
Ao falar sobre Olivier Giroud
Nisso, Júlio Santos também é especialista. Em seu período fora do futebol brasileiro, esteve no Tours, da segunda divisão da França. Considerado de médio porte, o clube teve seu auge nos anos 1980. Auge, no caso, foi ter atingido a elite do futebol e chegado a duas semifinais de Copa da França.
Entre 2008 e 2010, montou uma equipe forte, com objetivo de conquistar o acesso. O Tours até teve bons resultados, mas acabou no meio da tabela. O que pouco importou: na última temporada, surgiu no time um atacante que se tornaria ídolo do país.
Naquele período, ninguém jogou mais na segunda divisão francesa do que Olivier Giroud. Hoje centroavante do Arsenal e da seleção de seu país, o goleador ficou amigo de Júlio Santos. Conversaram diversas vezes, dividiram concentração e comemoraram os gols. E, claro, notou um dos aspectos que mais chama a atenção no atacante: a beleza.
— Quando ele chegou, eu e o Vinícius, o outro brasileiro do time, até comentamos que ele batia muito bem na bola e que definia bem as jogadas — conta Júlio, antes de complementar:
— Mas brincávamos que ele era bonito demais para ser jogador e artilheiro.