O Campeonato Brasileiro de 2018 vai começar em março, nas séries A1 e A2. O Grêmio está na Segunda Divisão, já que foi rebaixado neste ano. O Inter, que não disputou o torneio em 2017, precisa ainda garantir a vaga, também para a A2, pelo Estadual. Precisa do título, ou do vice, caso o Grêmio seja o campeão.
Novamente, a CBF vai custear passagens aéreas, hospedagem e alimentação para todos os clubes, além de pagar uma cota de R$ 10 mil por jogo para o mandante e R$ 5 mil para o visitante. Marco Aurélio Cunha, coordenador de futebol feminino da CBF, fala sobre esse início do futebol feminino no país. Confira:
O futebol feminino está indo em uma direção que não tem mais retorno. Ele vai dar certo no Brasil.
Marco Aurélio Cunha
Coordenador de futebol feminino da CBF
Por que os investimentos ainda são tão baixos no futebol feminino?
É muito barato fazer futebol feminino se a gente comparar com o masculino. Os dirigentes de clubes falam que não têm verba para montar time. Eu digo para eles: se você errar menos e evitar uma contratação, uma só, equivocada no masculino, você paga todo ano do seu futebol feminino. Ou manda embora um técnico a menos. Não é uma questão de custo, é uma questão de planejamento. Você contrata aí um atleta em qualquer time mediano, e ele ganha R$ 50 mil. Com isso você faz o seu ano inteiro das meninas. E olha que eu não quero que seja assim. Eu quero que elas sejam tão caras quanto eles. Mas é uma fase a ser atingida. O começo é fácil de fazer. O futebol feminino está indo em uma direção que não tem mais retorno. Ele vai dar certo no Brasil.
Em 2017, o Santos foi campeão brasileiro, mas o Iranduba foi um fenômeno de público. O que é mais fácil dar certo no futebol feminino, um clube tradicional ou um clube menor focado apenas nas mulheres? Também tenho esse questionamento. Por exemplo, Carlos Barbosa, aí no Rio Grande do Sul, ficou conhecida como a cidade do futsal. A cidade se tornou conhecida por causa do time. O Sertãozinho, em São Paulo, pelo hóquei. Existe uma grande possibilidade de cidades que não têm o poder econômico ou a força de uma torcida tão grande se tornarem conhecidas. Eu costumo dizer que o futebol é aquela estrada no feriado, quando você vai para a praia, e está tudo parado. Esse é o masculino. O outro lado da estrada, que está vazia, é o feminino. Ou seja, ali tem toda a oportunidade. Um está congestionado e o outro está livre para você transitar. Por exemplo, o Rio Preto. Quando ele poderá ser campeão no masculino? Com todo respeito, nunca! No feminino, já foi campeão brasileiro.
As federações estaduais não deveriam dar um apoio maior financiando taxa de arbitragem e viagens nos campeonatos estaduais, assim como a CBF faz no campeonato brasileiro?
O subsídio é muito importante para a formação do nosso futebol. A CBF, por exemplo, além do feminino, no masculino nas séries C e D, a entidade paga todas as viagens dos clubes. E o clube mandante ainda recebe uma cota. No caso dos estaduais femininos, eu não sei o quanto as federações poderiam suportar de investimento.