Desde que ficou sem técnico, o nome mais falado no Inter é Roger Machado. O treinador responsável pelos três jogos que abalaram Eduardo Coudet está no topo da lista de interesses colorados. Mesmo que seja adversário no sábado, na partida decisiva da terceira fase da Copa do Brasil. Clube e profissional, por causa disso, vivem um dilema: como tirar o comandante do rival na disputa? Como reagiriam as partes?
Roger não rejeitou de imediato a ideia de comandar o Inter. O que se ouviu foi um: "Não quero falar nada por enquanto". E "por enquanto", entende-se antes de sábado, data da partida de volta da competição nacional. A primeira sinalização do técnico, de certa forma, manteve acesa a esperança colorada.
O problema é como gerir essa situação. Não fosse real, esse interesse pode soar como uma tentativa de atrapalhar o ambiente do Juventude, que tem a vantagem de um gol construída no Beira-Rio. Mas não é o caso. O Inter entende que Roger atende a três pontos importantes do momento: controla o grupo, faz uma transição na forma de jogar e ameniza o ambiente tenso. Seu nome consegue aplacar a ira da torcida, reduzir a ansiedade dos influencers e cessar as críticas de setores da imprensa.
Ao mesmo tempo, porém, deixa Roger em uma encruzilhada. Se aceita e se classifica com o Juventude, terá eliminado o Inter de uma das três competições que restam na temporada. Se aceita e sai antes, deixa sua atual equipe preocupada com alguma possível influência. E se não aceita, corre os riscos naturais de qualquer técnico empregado no Brasil, o de não resistir a uma sequência ruim (isso se avançar, porque se for eliminado já entra em pressão).
Roger já declarou publicamente que não gosta de interromper trabalhos. Ele não costuma sair dos times antes de encerrar contratos, a não ser demitido. Seria necessário, também, um processo de convencimento.
Todos esses fatores dificultam a contratação. E há pressa, porque depois do jogo com o Juventude já há o Rosario Central pela Copa Sul-Americana, uma espécie de chance derradeira de ser campeão em 2024.
Nomes especulados
É por isso que o Inter espalha suas iscas no mar de treinadores, desempregados ou não, jovens ou não, brasileiros ou não. Se aparecer na timeline algum nome ou possível interesse, não se descarte: é provável que o clube tenha sondado sua situação.
A preferência colorada é por profissionais experimentados, que não se assustem com a realidade e que, para usar as palavras de Alessandro Barcellos, "estejam à altura do grupo de jogadores".
Alguns deles, porém, podem ser descartados:
- Odair Hellmann recém assinou com o Al Raed, da Arábia Saudita. Está em pré-temporada em Zagreb.
- Paulo Pezzolano, o uruguaio que subiu o Cruzeiro e o Real Valladolid-ESP, está na preparação do clube espanhol que ascendeu a La Liga.
- Marcelo Gallardo, o chute no alto, com salário altíssimo após a experiência na Arábia Saudita, não deve começar algum trabalho em 2024 porque tem questões familiares a resolver.
- Cuca não está nos planos da direção.
- Fernando Diniz, o atual campeão da Libertadores, teria um modelo de jogo de difícil adaptação no curto prazo.
Dos que ainda podem aparecer:
- Jardine teve contrato recém renovado no America-MEX, onde é ídolo após quatro títulos.
- António Oliveira, que saiu do Corinthians, também foi mencionado, apesar de não ter, ainda, o estofo que o Inter quer.
A sexta-feira continuará tendo rodadas de avaliações, buscas, sondagens e ofertas. Na véspera de uma decisão.