O desperdício de oportunidades voltou à pauta do Inter. As chances perdidas contra o Belgrano, especialmente as de Borré, pesaram para o time empatar na estreia da Copa Sul-Americana. O resultado poderia ter sido diferente caso o colombiano estivesse com a pontaria calibrada. Mas os números mostram que não é bem assim a história de que o time cria, cria, cria e perde, perde, perde.
Na comparação com os oponentes da Série A que disputam os principais Estaduais do Brasil, o Inter até tem boa média de aproveitamento. A cada 7,9 finalizações, uma vira gol. Só Grêmio e Cruzeiro estão acima. O time conclui 14,2 vezes por jogo, o que lhe coloca rigorosamente no meio do ranking das demais equipes. Ou seja, não é um desperdício tão descarado.
Claro que alguns lances são marcantes e que o simples fato de alterar o placar pode mudar todo o cenário de um jogo. Mas isso vale para todos os clubes. O que mais cria, o Flamengo, por exemplo, está na final do Carioca. O que mais desperdiça, o Corinthians, não foi nem sequer para o mata-mata do Paulistão.
Independentemente do resultado final, é fato que o Inter precisa aprimorar esse fundamento. O próprio Coudet reconheceu isso após o jogo com o Belgrano:
— Precisamos acertar mais. Nos últimos três jogos fizemos só um gol, embora tenhamos criado várias oportunidades. É um ponto a melhorar. Ainda bem que temos grandes atacantes e goleadores, logo resolveremos.
Ninguém contesta a qualidade de Borré, Valencia e Alario (os dois últimos não foram à Argentina, recuperando-se de lesão). Os três são reconhecidamente goleadores, e faz parte da realidade dos atacantes eventualmente perder chances. Aliás, o repórter Juan Pablo Méndez, do jornal Olé, tratou de tranquilizar os colorados:
— Vi o jogo contra o Belgrano e as chances que perdeu Borré. Isso não é o normal dele. Pelo contrário, sua maior marca no River Plate de Gallardo era a efetividade. Transformava lances banais em gols. Quando tiver ritmo, certamente voltará a marcar.
Quarto maior goleador da história colorada, Valdomiro pede atenção:
— Atacante não pode perder oportunidades. Isso já nos tirou da Libertadores do ano passado. Precisa treinar, sempre buscar se aprimorar.
No próximo jogo, em 10 de abril, contra o Tomayapo, o Inter viverá a oportunidade para melhorar esses números. Para essa partida, Coudet deverá ter os três atacantes sul-americanos. Alario e Valencia estão em fase final de recuperação. E o técnico estará com grupo completo pela primeira vez para escolher a melhor formação em um confronto em que certamente terá de ser ofensivo.
Finalizações para fazer gol
- Corinthians - 12,7
- Bragantino - 11,8
- Fluminense - 10,2
- Juventude - 10,1
- São Paulo - 9,4
- Vasco - 8,6
- Botafogo - 8,5
- Palmeiras - 8,5
- Atlético-MG - 8,3
- Flamengo - 8,3
- Inter - 7,9
- Cruzeiro - 7,4
- Grêmio - 6,9
Finalizações por jogo
- Flamengo - 16,7
- Botafogo - 16,2
- São Paulo - 15,1
- Palmeiras - 14,6
- Atlético-MG - 14,3
- Inter - 14,2
- Bragantino - 14,2
- Corinthians - 14
- Vasco - 13,9
- Grêmio - 13,8
- Cruzeiro - 13,4
- Fluminense - 13,3
- Juventude - 13,2
*Números nos Estaduais, segundo a FootStats