O problema mudou. Se antes a dúvida era sobre quem deveria jogar entre Pedro Henrique e Wanderson ou com os dois juntos, agora a interrogação no time do Inter está no desempenho dos centroavantes. Luiz Adriano será o titular diante do Metropolitanos, nesta terça-feira (18). O anúncio antecipado de sua escalação para o jogo das 19h ainda não inspira confiança no torcedor colorado que irá ao Beira-Rio para o confronto pela segunda rodada do Grupo B da Libertadores. Mesmo que Mano Menezes optasse por Alemão ou Lucca, o "confiançômetro" da torcida não terá índice alto.
Dos 28 gols marcados pelo time colorado na temporada, somente quatro saíram dos pés de um dos três centroavantes. Eles ainda dividem duas assistência. Diretamente, os camisas 9 participaram de apenas 21,4% dos gols da temporada. Apesar dos números magros, pode não ser em função do atacante mais adiantado o maior problema.
— Não é o camisa 9 que está mal. A equipe está em dificuldade. Acho que o Mano ainda não encontrou a maneira de jogar com um desses três. Jogando com dois pontas, facilita muito para o centroavante — avalia o ex-atacante Nilson.
A opinião do centroavante do Inter na Libertadores de 1989 tem sua opinião apoiada pelos números. Artilheiro da temporada colorada, Pedro Henrique marcou oito gols no ano, a maioria deles atuando como jogador mais adiantado do time. O quadro de ter um jogador deslocado para o setor mudou em 22 fevereiro, quando Luiz Adriano foi anunciado como novo contratado.
Aos 36 anos, o campeão do mundo em 2006 mexeu com as lembranças dos colorados, mas ainda não conseguiu revirar as defesas adversários da maneira esperada. O começo foi auspicioso. Passe para gol em sua estreia no Gre-Nal, seguido de gol diante do Esportivo. Depois, a contribuição murchou. Ainda teve assistência contra o Caxias. As atuações contra o Independiente Medellín, pela Libertadores, e contra o CSA decepcionaram. Diante dos alagoanos, a insatisfação com seu rendimento foi visível nas arquibancadas.
Há o caso Alemão. No começo tudo era dedicação, gols e carisma para o jogador vindo do Novo Hamburgo. Com o tempo, os gols rarearam. Sobrou a dedicação e o carisma. Ao longo do Brasileirão passado, seu desempenho foi definhando, e algumas justificativas foram arroladas por Mano. Em 2023, restou a dedicação. Sem melhorar em relação aos últimos jogos do ano passado, foi para o banco para Pedro Henrique ser improvisado. Desta vez, o comandante colorado foi mais explícito em sua insatisfação.
— Não disse que falta alguém para o lugar do Alemão, mas sim mais dele em campo, pode contribuir mais para equipe — opinou o treinador, logo após a segunda rodada do Gauchão, quando o Inter empatou com o Avenida.
Ainda assim, Alemão é o artilheiro do trio. São dois gols, na goleada sobre o Esportivo e diante do Caxias, no primeiro turno. Outro indicativo da má fase é o tempo que passa em campo. Somente no sábado, contra o Fortaleza, ele atuou os 90 minutos.
A improvisação de Pedro Henrique só foi desfeita com a chegada de Luiz Adriano, já que Lucca ainda é considerado verde. Aos 20 anos, o jovem da base tem ganhado oportunidades a conta gotas. Nas nove oportunidades que ganhou, nunca passou mais do que 28 minutos em campo. Mesmo assim, participou de dois gols na temporada. Marcou pela primeira vez como profissional contra o São José e foi vital na jogada do gol de empate com diante do Independiente Medellín.
Diante de um adversário que toma, em média, mais de um gol por partida — sofreu 11 gols em 10 jogos no ano — os centroavante do Inter têm a chance de mostrarem que Pedro Henrique não precisa ser improvisado novamente como camisa 9.
Os números dos centroavantes do Inter em 2023:
Luiz Adriano
- 6 jogos
- 391 minutos
- 1 gol
- 2 assistências
- Participa de um gol a cada 130 minutos
Alemão
- 13 jogos
- 547 minutos
- 2 gols
- Nenhuma assistência
- Participa de um gol a cada 273 minutos
Lucca
- 9 jogos
- 113 minutos
- 1 gol
- Nenhuma assistência
- Participa de gol a cada 113 minutos