Imagine você, com 18 anos, tendo a responsabilidade de estrear na principal competição de futebol feminino do Brasil. Ah, e fora de casa, contra o Atlético-MG. Responsabilidade e tanto, né? Pois bem, Mari Zanella passou por isso no dia 18 de abril e deu conta do recado.
Em campo, nem parecia que estávamos vendo a goleira mais jovem do Brasileirão A-1 2022. E, também, a mais nova da posição a jogar pelo Inter na elite da competição nacional.
— Eu realmente achei que ia ficar mais nervosa no jogo. Mas eu acho que tudo vem, também, da preparação antes, da nossa conversa e do apoio que eu já estava tendo. Porque tivemos uma conversa, no começo do ano, que é uma das frases que ele (Felipe França) sempre usa: que temos de ser uma por todas e todas por uma. Então, foi uma das coisas que me pegou muito porque eu, como terceira goleira, é aquela posição que acham que nunca vai jogar, que está ali só para compor elenco — avalia Mari.
Em Porto Alegre desde 2020, Mari destaca que o principal para ter segurança na estreia foi o apoio das colegas de função e, claro, do preparador de goleiras Felipe França. Além da ligação entre base e profissional que pôde vivenciar desde que chegou na capital gaúcha.
— Uma das coisas mais difíceis nos clubes é você ir da base para o profissional sem ter essa adaptação antes. Eu passei o ano passado inteiro (treinando) pelo profissional. Então, neste ano, quando eu cheguei, já não senti tanta dificuldade, foi bem mais fácil para mim. Acho que isso é uma das coisas muito boas que o Inter tem, essa conexão entre base e profissional. E acho que é por isso que tantas meninas da base conseguem subir para o profissional e desempenhar bem o papel delas — explica a goleira.
Pelo pouco tempo vestindo a camisa do Inter, você pode se surpreender, mas ela já conquistou títulos na base a nível estadual e nacional. Ah, e ambos com as Gurias Coloradas tendo as melhores defesas das competições.
Acho que é meu sonho mais próximo a curto/médio prazo
MARI ZANELLA
sobre sonho de ser convocada para defender a Seleção Brasileira
O primeiro foi o Brasileirão sub-16, em 2020, com apenas um gol sofrido em cinco jogos. Além disso, nas semifinais, Mari foi decisiva para garantir a vaga na final. Na disputa de pênaltis, defendeu duas cobranças e as Gurias Coloradas se classificaram com o 4 a 2.
Depois, na Copa Gaúcha sub-17, em 2021, novamente só um gol sofrido. Além de, claro, o título invicto. Com o bom desempenho, ela sonha com um objetivo que as colegas já realizaram: a convocação para a Seleção.
— O meu sonho, que as duas já realizaram e eu ainda não, é a minha primeira convocação pela Seleção. Acho que é meu sonho mais próximo a curto/médio prazo.