O Inter inicia nesta noite, às 21h30min, diante do 9 de Octubre, sua campanha de retorno à Copa Sul-Americana depois de oito temporadas. Primeiro brasileiro campeão do torneio criado pela Conmebol em 2002, o Colorado é o cabeça de chave do Grupo E, que tem, além do adversário equatoriano, os colombianos do Independiente Medellín e os paraguaios do Guaireña.
A competição passou por mudanças desde aquele título colorado sob o comando de Tite, atual técnico da Seleção Brasileira, com o protagonismo do trio ofensivo formado por D’Alessandro, Alex e Nilmar, em 2008.
Naqueles tempos, o título da Sul-Americana sequer dava vaga à Libertadores seguinte. O torneio também está diferente da última participação, em 2014, quando o Inter de Abel Braga acabou eliminado pelo Bahia no primeiro mata-mata.
Agora jogada simultaneamente com a Libertadores, e não mais no segundo semestre, a Sul-Americana tem, desde o ano passado, sua fase inicial disputada em grupos. São 32 equipes divididas em oito chaves, e apenas os primeiros colocados avançam para as oitavas de final, fase na qual entrarão os clubes que ficarem em terceiro lugar nos grupos da Libertadores.
Inter
Com maior concorrência e a dificuldade de apenas um classificado por chave, a Sul-Americana também está mais atrativa financeiramente. A Conmebol ampliou em um milhão de dólares a premiação para o campeão. Em vez dos US$ 4 milhões pagos ao Athletico-PR em 2021, o vencedor deste ano levará um bônus de US$ 5 milhões, R$ 23 milhões na cotação atual (4,61 na segunda-feira, 4 de abril).
Levando em conta a premiação desde a fase de grupos, o Inter pode faturar até US$ 7,8 milhões (R$ 35,9 milhões na cotação atual) em caso de título. Se for finalista, colocará nos cofres US$ 4,8 milhões (R$ 22,1 milhões). Esses valores ganham ainda mais importância nesta temporada em que o clube caiu precocemente da Copa do Brasil. A eliminação para o Globo significou um déficit de mais de R$ 10 milhões dentro do planejamento orçado para 2022, que visava a classificação, pelo menos, até as quartas de final.
Além do Inter, representam o Brasil na fase de grupos São Paulo e Santos, também cabeças de chave, e Atlético-GO, Ceará, Cuiabá e Fluminense. O Tricolor carioca entrou no torneio após ter sido eliminado na fase preliminar da Libertadores.
Somente entre Inter, São Paulo e Santos estão oito títulos de Libertadores e dois de Sul-Americana — um dos gaúchos e outro do Tricolor Paulista. Outras potências continentais, como o Independiente, heptacampeão da América e bi da Sula, seu rival Racing e a LDU, são os outros campeões da América no torneio. Os equatorianos também ostentam o título da Sul-Americana de 2009. Defensa y Justicia, vencedor da edição de 2020, e Lanús, campeão em 2013, são os demais campeões do torneio que estão na luta pela taça.
Os adversários do Grupo E
9 de Octubre
Adversário de estreia do Inter, o 9 de Octubre passou mais de duas décadas longe da elite do futebol equatoriano, frequentando a segunda e a terceira divisões nacionais. Campeão da Segundona em 2020, o clube retornou à elite com boa campanha na temporada passada. O quinto lugar na classificação geral lhe rendeu a classificação para a Sul-Americana.
A equipe passou na etapa preliminar pelo Delfín, mas vem de uma campanha ruim no Campeonato Equatoriano. Após seis rodadas, o 9 de Octubre conquistou apenas uma vitória e ocupa a penúltima posição da sua liga local.
Independiente Medellin
Seis vezes campeão colombiano, o Independiente Medellín obteve vaga na Sul-Americana com o título da Copa Colômbia no ano passado. Na etapa preliminar da Sul-Americana, o DIM, como é conhecido dentro do seu país, passou pelo América de Cali nos pênaltis após ter vencido o primeiro jogo por 2 a 1 e perdido pelo mesmo placar na volta.
Na atual temporada, o Independiente Medellín ocupa o quarto lugar do Torneio Apertura com 25 pontos, cinco a menos que o líder Atlético Nacional
Guaireña
Fundado em 2016, o Guaireña disputa a Copa Sul-Americana pela segunda vez. Na primeira, no ano passado, o novato clube paraguaio caiu ainda na etapa preliminar ao perder os dois jogos do confronto doméstico com o River Plate-PAR, por 2 a 1 e 4 a 2.
Nesta ano, o clube disputou novamente a fase preliminar e passou pelo Nacional-PAR com uma vitória fora de casa após um empate sem gols como mandante.
O Guaireña faz um mau começo de Campeonato Paraguaio. Disputadas oito rodadas do Apertura, o clube venceu apenas uma partida e ocupa a décima posição, em um torneio disputado por 12 equipes.
Os outros grupos
GRUPO A
Lanús
Campeão da Sul-Americana em 2013, o Lanús foi também finalista na edição de 2020, quando acabou derrotado pelo Defensa y Justicia na decisão. O clube chega para atual edição em momento delicado pelo mau início na Copa da Liga Argentina, lanterna de seu grupo com uma vitória em oito rodadas.
Montevideo Wanderers
Sexto colocado na tabela anual do futebol uruguaio em 2021, o Montevideo Wanderers está na fase de grupos após ter eliminado o Cerro Largo-URU com duas vitórias na fase preliminar. A equipe é quarta colocada no Uruguaio, três pontos atrás do líder Deportivo Maldonado.
Metropolitanos
Fundado em 2011, o jovem clube venezuelano ainda busca protagonismo continental. O Metropolitanos conquistou vaga na Sul-Americana ao vencer a Fase B do Campeonato Venezuelano de 2021 e superou o Estudiantes de Mérida na etapa preliminar, com duas vitórias.
Barcelona
Semifinalista da Libertadores de 2021, o Barcelona surpreendeu ao cair para o América-MG na preliminar da competição principal. Entra com status de favorito a passar às oitavas no Grupo A.
GRUPO B
Racing
Um dos grandes do futebol argentino, o Racing está invicto em 2022. Comandada pelo ex-volante Fernando Gago, a equipe faz a melhor campanha da Copa da Liga e inicia a Sul-Americana como uma das principais candidatas ao título.
Melgar
Depois de ter perdido a vaga na pré-Libertadores para o Universidad César Vallejo por dois pontos em 2021, o Melgar chegou à fase de grupos após passar pelo Cienciano, campeão da Sul-Americana de 2003, na etapa preliminar.
River Plate-URU
Xará do gigante argentino, o River Plate entrou na Sul-Americana com a última vaga do Campeonato Uruguaio pela classificação geral.
Cuiabá
Em sua segunda participação na Sul-Americana, o jovem clube brasileiro fundado em 2001 tentará desafiar o favoritismo do Racing. Na primeira vez que disputou, em 2016, caiu para a Chapecoense logo no primeiro mata-mata.
GRUPO C
Santos
Depois de sofrer no Campeonato Paulista, onde correu risco de rebaixamento até a última rodada da fase classificatória, o Santos tem na Sul-Americana a sua esperança de voltar a conquistar um título continental. O Peixe tem como novidade o técnico argentino Fabián Bustos, que levou o Barcelona-EQU até a semifinal da Libertadores no ano passado.
Banfield
Adversário superado pelo Inter na campanha do bi da Libertadores, em 2010, o Banfield chega na Sul-Americana em busca de seu primeiro título internacional para tentar igualar o feito do rival Lanús, em 2013. A equipe comandada pelo ex-técnico do Bahia Diego Dabove surge como candidato a principal rival do Santos na chave.
Unión La Calera
Sob a influência do empresário argentino Christian Bragarnik, o Unión La Calera vem crescendo no futebol chileno. O clube que tentará desafiar Santos e Banfield é comandada pelo argentino Martín Anselmi, que trabalhou no Inter em 2021 como auxiliar técnico Miguel Ángel Ramírez. O início de temporada, porém, é ruim. Com apenas uma vitória, o La Calera é 12º colocado no Campeonato Chileno.
U. Católica-EQU
Eliminada na fase preliminar da Libertadores pelo The Strongest, os equatorianos disputam a Sul-Americana pela sexta vez em sua história. A melhor participação foi em 2019, quando chegou até as oitavas de final e acabou eliminada pelo Independiente-ARG. A Universidad Católica é atualmente quinta colocada no Campeonato Equatoriano após seis rodadas.
GRUPO D
São Paulo
O título da Sul-Americana de 2012 foi o último internacional do tricampeão de Libertadores e Mundial. Sob o comando de Rogério Ceni, o Tricolor Paulista inicia a Sul-Americana como um dos principais candidatos, mas pressionado a dar uma resposta a sua torcida após a perda do Paulista goleado por 4 a 0 pelo Palmeiras na final.
Jorge Wilstermann
A altitude de 2,5 mil metros de Cochabamba é um trunfo do clube boliviano e que deve gerar cuidados ao São Paulo.
Ayacucho
Facilmente superado pelo Grêmio na fase preliminar da Libertadores 2021, o peruano Ayacucho é outro rival do São Paulo que conta com a altitude como aliado. Os 3,4 mil metros de altura de Cusco, onde o irá mandar seus jogos, serão os primeiros desafios dos paulistas no torneio.
Everton
Eliminado na última etapa da fase preliminar da Libertadores pelo Estudiantes, o Everton chega como vice-campeão da Copa Chile 2021. No atual Campeonato Chileno, está em sexto lugar.
GRUPO F
LDU
Campeão da Libertadores, em 2008, da Sul-Americana, em 2009, e bi da Recopa, em 2009 e 2010, a LDU tenta voltar ao protagonismo continental. Eliminada pelo campeão Athletico-PR nas quartas de final do ano passado, os equatorianos têm logo na fase de grupos um caminho duro com Defensa y Justicia e Atlético-GO como adversários na briga por vaga nas oitavas.
Defensa y Justicia
Campeã da Sul-Americana de 2020 sob o comando de Hernán Crespo e da Recopa Sul-Americana de 2021 já com o atual técnico Sebastián Beccacece, o Defensa y Justicia tem como cartaz a boa campanha no último Campeonato Argentino, onde foi vice-campeão. Após perder peças importantes, a equipe está em um processo de reconstrução e até tem conseguido bons resultados. Passadas oito rodadas, o Defensa é quinto colocado em sua chave na Copa da Liga Argentina
Atlético-GO
LDU e Defensa y Justifica são adversários duros para o clube brasileiro que irá disputar a Copa Sul-Americana pela segunda vez. No ano passado, apesar de uma campanha invicta, o Atlético-GO acabou eliminado na fase de grupos ficando em segundo lugar na chave que teve o Libertad avançando para as oitavas de final – Newell’s Old Boys e Palestino-CHI foram os outros adversários. O Dragão chega para a Sul-Americana embalado pelo título goiano conquistado sobre o rival Goiás no final de semana.
Antofagasta
Em sua terceira participação na Sul-Americana, o Antofagasta entra como zebra do grupo. O time conquistou vaga na competição continental após ter sido sexta colocada na classificação geral do futebol chileno em 2021. Na fase preliminar deixou para trás o Unión Española na fase preliminar vencendo os dois jogos do confronto de mata-mata.
GRUPO G
Independiente
Heptacampeão da Libertadores, o Independiente tentará mostrar mais uma vez a sua força continental. Sem conquistar o Campeonato Argentino desde 2002, o clube tem nos títulos recentes de Sul-Americana, de 2010 e 2017, seus melhores momentos neste século. O Rojo ainda não engrenou sob o comando do técnico Eduardo Domínguez. Com apenas duas vitórias em oito rodadas, o Independiente é sétimo colocado em sua chave na Copa da Liga Argentina.
Deportivo La Guaira
Campeão venezuelano em 2020, o Deportivo La Guaira disputará a Sul-Americana pela quarta vez em sua história. A melhor campanha foi justo na última participação, em 2016, quando chegou até as oitavas de final, algo que tentará repetir na atual temporada embora apareça inicialmente como um candidato pouco provável para vencer o grupo. O clube lidera o atual Campeonato Venezuelano.
Ceará
As más campanhas na Copa do Nordeste e no Campeonato Cearense causaram a queda do técnico Tiago Nunes. Agora comandado pelo experiente Dorival Júnior, o Ceará irá disputar o terceiro torneio continental de sua história. Em 1995 esteve na antiga Copa Conmebol e participou da Sul-Americana em 2011. Em ambas ocasiões, o Alvinegro acabou eliminado logo na primeira fase.
General Caballero
Um dos estreantes da atual edição da Sul-Americana, o General Caballero disputará pela primeira vez uma competição internacional. O time da pequena Juan León Mallorquín, a 260km de Assunção, conquistou a vaga pelo título da divisão intermediária do Paraguai, em 2021. Em 2022, a temporada é ruim com apenas duas vitórias em oito rodadas do Campeonato Paraguaio.
GRUPO H
Junior
Costumeiro frequentador da Libertadores, Junior Barranquilla chega para a Sul-Americana como peso de um clube nove vezes campeão colombiano. Ex-centroavante de Grêmio e Palmeiras, Miguel Borja é o principal nome da equipe que deverá ser a principal ameaça ao Fluminense no Grupo H. O Junior passou pelo La Equidad na fase preliminar com Borja marcando um dos gols do confronto.
Oriente Petrolero
De Santa Cruz de la Sierra, cidade apenas 416 metros acima do nível do mar, o Oriente Petrolero é um clube boliviano que não tem a altitude a seu favor. A equipe até tem quatro títulos nacionais, mas coleciona campanhas modestas nos torneios continentais. Na Sul-Americana, nunca passou da segunda fase nos tempos em que a competição era disputada apenas em mata-matas.
Unión de Santa Fe
Ofuscado em sua cidade pelo sucesso do rival Colón, campeão da Copa da Liga Argentina em 2021, o Unión tem na Sul-Americana a esperança de dar uma resposta para sua torcida. A equipe já causou surpresa na competição há duas temporadas, quando eliminou o Atlético-MG com direito a uma goleada de 3 a 0, na Argentina.
Fluminense
A eliminação precoce na etapa preliminar da Libertadores para o Olimpia colocou o Fluminense em uma inesperada disputa de Sul-Americana. O título carioca conquistado sobre o rival Flamengo mostrou poder de recuperação da equipe de Abel Braga, que inicia a competição como principal favorito da chave.