
A investida do Atlético-MG por Edenilson pode ter novos capítulos nas próximas semanas. O clube de Belo Horizonte já apresentou uma oferta, recusada pelo Inter, mas estuda alternativas de composição de negócio. Por outro lado, o estafe do jogador alega “acordo verbal” com a antiga direção para liberação. O fato é rebatido pelos dirigentes passados e atuais.
Versão do estafe
Quem agencia a carreira do atleta nos últimos anos é a empresa Elenko. Os procuradores, de forma oficial, em entrevista, não querem comentar a situação. Porém, pessoas que trabalham com o meio-campista atualizaram GZH sobre o tema. A alegação para justificar o interesse do camisa 8 de deixar o Beira-Rio é por conta de um suposto “acordo verbal” entre as partes na última renovação, ocorrida em outubro de 2020.
De acordo com o estafe, a investida árabe foi recusada com a promessa colorada de liberação em caso de nova oferta vantajosa para o jogador de 32 anos. A ideia é realizar o último grande contrato da carreira. Por isso, já conhecedor do interesse mineiro, Edenilson está propenso a migrar para o sudeste brasileiro.
— Por mais que tivesse sido outra direção a fazer o acordo, a instituição Inter é a mesma — alega um integrante do estafe de Edenilson.
Outras questões levantadas nos bastidores é atraso no direito de imagem e bonificações previstas no contrato. Logo, o tema gera desconforto.
Versão dos dirigentes
O presidente colorado Alessandro Barcellos nega a possibilidade de perder Edenilson pela importância do jogador, ainda mais para um concorrente direto no futebol nacional. O presidente, em entrevista ao programa Sala de Redação, rechaçou o suposto “acordo verbal” para facilitar a transação:
— Edenilson é um jogador do Inter. Ele tem contrato e cláusulas que definem muito bem essa questão de transferências. Independentemente disso, a nossa intenção é de que ele permaneça. Ele tem uma história no clube, além de uma entrega muito importante. É um dos jogadores mais importantes da nossa equipe. Não abriremos mão de contar com ele, que é um grande profissional e se blinda dessas questões — garante Alessandro Barcellos.
Alexandre Chaves Barcellos, ex-vice-presidente eleito na gestão Marcelo Medeiros, foi o responsável por realizar a negociação pela permanência do atleta em outubro de 2020. Atualmente apenas conselheiro, o dirigente é mais um a negar o pacto extraoficial:
— Não existe nenhum acordo verbal e nem poderia haver. Como um dirigente faria um acordo verbal num final de mandato? — rebate Chaves Barcellos.
— Nessa renegociação, com toda a participação do departamento jurídico, documentamos um novo contrato com o Edenilson, uma prorrogação, onde foi ampliado o prazo de permanência dele no Inter, houve uma pequena redução da multa para o Exterior. Essa foi a condição imposta pela Elenko e por ele. Não há acordo verbal nenhum para saída no Brasil. Saída para o Brasil vale a Lei Pelé — acrescentou.
Na renovação de outubro de 2020, outra condição imposta pelo estafe foi a cláusula de rescisão com o mercado do Exterior, que é de U$S 3 milhões (R$ 16,7 milhões na conversão atual). A quantia é líquida para o Colorado pela possível saída do meia.
O cálculo de rescisão para o mercado brasileiro segue a legislação brasileira. Desta forma, é realizado pegando como base os recebimentos atuais do atleta. Assim, o cálculo para o Atlético-MG comprar diretamente Edenilson é superior a R$ 300 milhões.
Versão de Rodrigo Caetano
O executivo que tenta a contratação de Edenilson é justamente quem estava no clube em 2020. Agora no Atlético-MG, Rodrigo Caetano enviou uma resposta para a reportagem sobre o suposto “acordo verbal”. Ele confirma, mas desconhece a condição para facilitação da saída:
— Não tenho nada para falar. Ele não é jogador do Galo e quando sondamos a situação dele, falei com o Inter. Que tipo de acordo que não está escrito?! Reclamaram da multa (essa sim foi acordada na época entre as partes para ele permanecer), mas renovamos o contrato na época e ele permaneceu até hoje. Faz um ano que saí do Inter e um ano e meio que esse contrato foi renovado. Quem tem que responder sobre qualquer situação do contrato dele é a diretoria do Inter — relatou Caetano.