Os colorados experimentaram um fim de semana repleto de emoções conflitantes. Além de uma frustrante derrota para o Palmeiras, que adiou mais uma vez as pretensões do Inter de ingressar no G-6 do Brasileirão, os torcedores saíram da apreensão para o alívio, pela garantia de permanência de Diego Aguirre, que desde o último sábado (16) passou a ser cotado para assumir a seleção uruguaia no lugar de Óscar Tabárez.
— É verdade que se falou muito disso, mas eu não recebi nenhuma ligação de ninguém. O Inter também não. Obviamente, gera expectativa pela informação, mas antes do jogo já havia a confirmação de que isso não aconteceria. Então, acho que não atrapalhou neste sentido — comentou o próprio Aguirre após a partida em São Paulo.
Mas se os rumores sobre o futuro do treinador não influenciaram na apresentação da equipe na tarde deste domingo (17), o mesmo não se pode dizer sobre um lance envolvendo Edenilson, no início do segundo tempo, quando a bola resvalou no braço de Víctor Cuesta, dentro da área.
Indignado pela marcação do pênalti em favor dos palmeirenses, o camisa 8 partiu para cima do árbitro Bráulio da Silva Machado, e recebeu o cartão vermelho de forma direta. Mais tarde, a súmula esclareceria o que foi dito: "Vocês vieram aqui pra nos roubar, cambada de ladrão".
— Nós estávamos fazendo um bom jogo, estava controlado, mas em um minuto mudou tudo. Não só o pênalti acidental, que aconteceu, e a expulsão, porque eles marcaram o gol e depois foi difícil. Por mais que nós tentamos e buscamos, o lance foi determinante — avaliou Aguirre, que contestou a rigidez do árbitro — Acho que o juiz, com um cartão amarelo, poderia solucionar. Queria saber se, sempre que tem reclamação, ele mostra o vermelho — indagou.
Depois do jogo, em publicação nas redes sociais, o jogador assumiria seu erro: "No calor do momento, não concordei com a decisão do árbitro e acabei reclamando acintosamente. Prontamente, após a partida, me desculpei com ele e com meus companheiros", escreveu.
A verdade é que, em sua primeira aparição após servir à Seleção Brasileira nas Eliminatórias, o volante foi responsável por mudar o cenário de um confronto que se mostrava igual até então.
— Eu estava de costas para o Edenilson e para o árbitro. Acho que teve o toque na mão, mas se perde muito quando tem um jogador a menos. O jogo estava bom, disputado. Teve um desequilíbrio muito grande no jogo. É difícil jogar aqui (Arena do Palmeiras). O Yuri (Alberto) ainda teve uma chance, o Aguirre fez substituições que deixaram o time mais ofensivo, mas o Brasileirão é assim, não tem jogo fácil. Agora é reunir forças para buscar a vitória em casa, com o apoio da torcida — analisou o goleiro Marcelo Lomba, outro que reapareceu no time, por conta de uma contusão no tórax sentida pelo titular Daniel.
A expectativa agora é que a ausência de Edenilson não tenha maior impacto do que se imagina. Afinal de contas, a suspensão o tira do confronto de quinta-feira (21), contra o Bragantino, em rodada atrasada do campeonato. Ou seja, além de ter nova oportunidade para se reaproximar da zona da Libertadores, o duelo será contra um adversário direto da tabela — assim como o do próximo domingo (24), diante do Corinthians, também em casa.
Portanto, se o presente é de lamentações, o futuro pode servir como alento para o Inter. Desde que os ventos do Uruguai não voltem a soprar pelas bandas do Beira-Rio, seduzindo o comandante colorado.
— Eu estou muito feliz aqui no Inter. Falei isso na minha apresentação. Às vezes, as coisas acontecem e você nem imagina. Minha ideia é cumprir o contrato com o Inter e tentar fazer o melhor possível. Gosto de falar de coisas concretas, de certezas. No momento que essa possibilidade (seleção uruguaia) aparecer, veremos. Mas, hoje, está tudo tranquilo. Agora temos que pensar rapidamente em quinta-feira e depois domingo. Serão dois jogos importantes e não temos tempo para colocar outra coisa na cabeça que não seja trabalhar para que o time retome as vitórias — sentenciou Aguirre.