O Inter tem dois grandes projetos para colocar em execução em breve: o Centro de Treinamento (CT) de Guaíba e as torres do Beira-Rio. Ambos são oriundos da antiga gestão e devem seguir o planejamento inicial.
Em relação ao CT de Guaíba, a obra deve ser divida em fases. A primeira, considerada mais barata, consiste em construir alojamentos, academias, refeitórios e campos oficiais. Tudo isso com ênfase nas categorias de base.
— A situação do Inter não é tão favorável, do ponto de vista financeiro. Então, a gente está fazendo um estudo agora de primeira fase, de fazer uma relocação da nossa base. Mas ainda é uma fase de estudos. Estamos, primeiro, mapeando as necessidades que teríamos para fazer uma primeira fase com a categoria de base no CT, para no médio e longo prazo, ir para o profissional — explica o vice-presidente de Negócios Estratégicos, Paulo Corazza, que detalha esse processo de estudos:
— A gente teve uma reunião com o Gustavo Grossi, que é o nosso coordenador da categoria de base, e estamos mapeando com ele as necessidades de um CT, como a grandeza do Inter requer, para categorias de base. Após esse detalhamento, a gente vai poder fazer um orçamento mais preciso do que a gente precisa de recursos e próxima fase é funding, para ver como a gente vai financiar a obra. Já temos algumas ideias, já conversamos com o pessoal que é especialista e eventualmente, também, com investidores qualificados: colorados, empresários. Mas isso seria a segunda fase. Primeiro, a gente precisa saber: conseguimos fatiar e fasear esse projeto? A fase um vai ser a base e quanto vai custar isso? Após esse cronograma, a gente vai conseguir ir atrás da questão do funding.
Inicialmente, a ideia era de construir seis campos oficiais para as categorias de base. Corazza diz que isso pode sofrer alterações, e que é um dos pontos discutidos durante as reuniões. Além disso, o vice-presidente de Negócios Estratégicos explica que apenas quando for possível desenvolver um cronograma financeiro da obra, será possível precisar prazos.
— A quantidade de campos, a gente ainda está avaliando, porque já está aprovado também, na prefeitura de Guaíba, uma questão de volumetria. Ou seja, a definição de onde vão se encontrar os prédios do projeto e os campos de futebol. Então, a gente está justamente nesta fase de pegar o projeto existente e dele extrair o que temos de necessidade para a base — completa.
Já em relação as torres, elas devem ser construídas no entorno do Beira-Rio. O planejamento inicial prevê que uma seja de 80 metros e outra de 130 metros. O empreendimento menor deve abrigar um hotel, enquanto o outro pode ser comercial ou residencial. No entanto, para que o projeto saia do papel, o Inter depende de uma aprovação da Câmara de Vereadores. O vice-presidente de Negócios Estratégicos explica que, nesse caso, também é difícil prever datas, especialmente em decorrência da pandemia.
— Estamos conversando, internamente, estamos estudando melhor os projetos e tudo mais. Só que as torres ainda tem uma questão legislativa. No final do ano passado, teve uma audiência pública na Câmara de Vereadores e a ideia é que esse ano tivesse mais duas: outra na Câmara de Vereadores e uma com o Ministério Público. Só que a pandemia trancou tudo. Então, estamos nesse aguardo. Até estamos conversando com o pessoal da Câmara, e existe ainda uma questão de diretriz, do planejamento urbano de Porto Alegre, com relação à altura dos prédios. E isso está na Comissão deles. É uma Comissão específica que faz alterações no Plano Diretor. Então, antes de ter essas aprovações, a gente não tem muito o que fazer. Temos que aguardar. Já existe projeto, pelo menos um esboço de projeto arquitetônico, e a nossa intenção é obviamente fazer isso, mas dependemos das autorizações legislativas — explica.
Conforme Corazza, assim que tudo estiver aprovado pelos órgãos competentes, a ideia do Inter é procurar os investidores interessados para dar seguimento ao projeto e tirá-lo do papel.