A derrota para o Boca Juniors engorda a estatística negativa do Inter desde a chegada de Abel Braga (ou da saída de Eduardo Coudet, como preferirem). Foi a sexta partida, a quarta derrota, sendo a terceira no Beira-Rio. Foi também a primeira vez que perdeu para um time argentino em casa pela Libertadores. No último mês, a equipe acumula maus resultados, foi eliminado da Copa do Brasil e desabou na tabela do Brasileirão.
É bem verdade que Abel não pode ser culpado exclusivamente pela derrocada. Até porque o treinador testou positivo para covid-19 e não pode ficar nem na casamata. Mas a comissão técnica que o acompanha, formada por Leomir Souza e Osmar Loss, não conseguiu nem manter as virtudes do treinador anterior (que era líder no campeonato nacional e estava classificado nas duas competições de mata-mata) nem corrigir as falhas (era consenso de que o time, ainda que tivesse bons resultados, apresentava queda de rendimento).
— Desde que a gente chegou ao Inter, foi o melhor jogo. Infelizmente não conseguimos a vitória por causa de uma desatenção, mas criamos chances, acertamos a trave — resumiu Leomir.
A substituição de D'Alessandro, que saiu no intervalo apesar de ter feito um primeiro tempo de boa qualidade para a entrada de Mauricio, foi justificada pelo "campo pesado" em razão da chuva. A outra razão apresentada por ele foi fechar o lado direito, que era a principal alternativa do Boca para chegar ao ataque.
Agora, para permanecer vivo na Libertadores e não depender exclusivamente do Brasileirão, competição em que está cinco pontos atrás do líder Atlético-MG, inclusive adversário de domingo, no Mineirão, precisará vencer o Boca Juniors na Bombonera. Se for 1 a 0, leva aos pênaltis. Para avançar direto, terá de marcar dois gols (seria dobrar o número das últimas seis partidas...).
— Até criamos oportunidades, mas a bola bate na trave, passa perto, não entra. Ficamos com o sentimento de tristeza. Dói muito essa derrota em casa. Para ganhar no jogo de volta temos de repetir o que fizemos. Jogamos bem — declarou Thiago Galhardo.
Na coletiva após a partida, Rodrigo Dourado complementou:
— Temos de trabalhar, nos fechar, ainda acredito na classificação lá na Argentina. Vamos descansar porque domingo temos jogo contra o Atlético-MG, faz tempo que não ganhamos no Brasileirão e precisa ser logo.
Enquanto o Inter parece caminhar em areia movediça, vem do Boca Juniors o maior sinal de respeito. Tevez, que fez bela homenagem a Maradona, usando uma camisa presenteada pelo ídolo, referente ao título argentino do Boca de 1981, disse:
— Tivemos uma semana dura, mas conseguimos vencer aqui e pelo campeonato. Não é um momento agradável na sociedade argentina, pela perda de um grande ídolo. Não acabou, é Libertadores. Ainda falta muito.