Paolo Guerrero está lesionado, passou por cirurgia e só volta aos gramados em 2021. Depois de perder o artilheiro do Brasileirão 2020, o Inter foi ao mercado. Enquanto negociava com Alexandre Pato, Rodrigo Caetano ligou para o Botafogo para pedir informações por Pedro Raul. O clube ofereceu William Pottker como moeda de troca por empréstimo para contar com o jogador de 23 anos até o final de 2020. Os cariocas negaram.
Pedro Raul é gaúcho, natural de Porto Alegre e deu os primeiros passos no futebol profissional vestindo as cores do Cruzeiro-RS.
— Ele chegou na base do Cruzeiro-RS em 2015. Ele tinha uma breve passagem pelo São José e o nosso treinador (Gabriel Carvalho) indicou ele. Em todos os anos que ele vestiu a camisa do Cruzeiro, ele foi goleador. Ele é muito inteligente. É canhoto, joga também fora da área e tem um passe muito bom — relembrou Glênio Cordeiro, hoje gerente de futebol do Gaúcho de Passo Fundo, então funcionário do estrelado.
Neto do ex-goleiro do Grêmio Picasso, o garoto quase assinou com o Flamengo quando ainda era atleta da base. Pedro Raul passou um mês na Gávea, quando o gerente executivo do clube carioca era Rodrigo Caetano, e acabou retornando a Porto Alegre depois que os flamenguistas não se acertaram com o Cruzeiro-RS.
— Ele veio do Cruzeiro-RS por empréstimo para jogar mais depois de um teste no Flamengo. Com três dias de treinamento eu liguei para o empresário dele e falei que ele era diferente. Ele virou titular do Aimoré em 2016. Ele estava um pouco desanimado depois de ser goleador nos juniores do Cruzeiro-RS e não ganhar espaço entre os profissionais. Quando botei ele para jogar, eu falei para ele acreditar mais nele. Eu sempre disse que ele jogaria em time grande pela estatura, posicionamento e finalização. Ele é um finalizador nato — relembrou Claiton, que foi o treinador que deu a primeira chance no futebol profissional para o atacante.
Um ano depois, Claiton e Pedro Raul se reencontraram, agora no Cruzeiro-RS. Quando assumiu o clube da capital gaúcha, o técnico quase não conseguiu contar com o seu "matador". Afinal, com o término do vínculo se encerrando, o centroavante viajou para Portugal onde assinou com o Vitória de Guimarães.
Na Europa, ele ganhou sequência no time B do Vitória de Guimarães. Por lá ele marcou gols e
— Portugal foi uma experiência muito importante para ele. Foi difícil. Ele ficou sozinho e ficou dois anos lá. O jogo lá é mais dinâmico. Ele se adaptou muito bem. Ele aprendeu a ser mais participativo, passar de primeira e conduzir menos a bola — contou Diego Ricardo Silva, pai de Pedro Raul.
Depois de duas temporadas jogando a segunda divisão portuguesa, ele foi contratado pelo Atlético-GO. Com a camisa do Dragão, ganhou continuidade e marcou 14 gols em 47 jogos.
— Ele foi muito bem no Campeonato Goiano, mas durante a Série B acabou sacrificado pelo esquema do técnico Wagner Lopes e oscilou em algumas partidas. Porém, foi um jogador essencial no título estadual e se tornou peça-chave na reta final da Série B e nos jogos decisivos para o acesso depois da chegada do Barroca. O estilo de jogo do Barroca de ser ofensivo e tocar mais a bola no ataque, favoreceu muito o Raul. Até porque, apesar de jovem, entende bem a parte tática, é bom de posicionamento e tem ótima visão de jogo. Além de ser bom finalizador e aproveitar a altura nas jogadas aéreas — analisou Nathália Freitas, da Rádio Sagres 730.
O destaque em Goiás fez com que ele chamasse a atenção de outros clubes. No final do ano passado, ele foi oferecido ao Inter e a demora na avaliação do seu perfil fez com que ele assinasse com o Botafogo. Meio ano depois, ele volta à pauta colorada.
O Inter ofereceu William Pottker por empréstimo ao clube carioca até o final deste ano para ter o jogador em Porto Alegre. O Botafogo recusou e afirma que só aceita negociar se os gaúchos apresentarem uma proposta oficial pelo jogador.
— Eu sou suspeito para falar, mas ele é muito bom (risos) — falou Diego.