O Inter vive um momento de remobilização. Desde a perda do título da Copa do Brasil para o Athletico-PR e, em seguida, a queda de Odair Hellmann do comando da equipe, o time pareceu desnorteado, sem saber qual era seu foco. A direção demorou, mas Zé Ricardo assumiu a equipe e já conseguiu um grande resultado, fora de casa, contra o Bahia, adversário direto na briga por G-6. Mas o grupo colorado quer mais. O objetivo é G-4. E nada melhor do vencer um Gre-Nal, afastando a possibilidade de outro rival direto por vaga na Libertadores do ano que vem.
— É um jogo muito particular. Não existe favorito. Os dois times estão fazendo um Brasileirão muito parecido. Independentemente dos traumas sofridos recentemente, acredito que será uma grande partida. Como colorado, torço para o Inter — diz Amarildo, que foi atacante do Inter na década de 1980.
Por ser o último Gre-Nal do ano e valer posição na tabela do Campeonato Brasileiro, o ex-jogador entende que o clássico terá um peso maior. Ele acredita que, se um dos dois tivesse conquistado a Copa do Brasil ou a Libertadores, não se teria a mesma expectativa para o clássico.
— Virou uma decisão para as duas equipes. Não teremos mais Gre-Nais daqui para a frente nesse ano. É a hora de ver quem vai se aproximar de uma vaga na Libertadores. Tanto um quanto outro quer a vitória. E, quem ganhar, estará mais perto de alcançar o único objetivo que restou para essa temporada — salienta.
O bom resultado na estreia de Zé Ricardo deixa o ex-atacante mais confiante para o confronto do fim de semana. Ele entende que a vitória fora de casa, algo raro nos tempos de Odair, eleva o moral do time para o clássico:
— Essa vitória deu a entender que o Inter está no caminho certo. Derrotar o Bahia, que também briga por vaga na Libertadores, é um bom sinal. Acredito que, no Gre-Nal, vai ganhar quem estiver mais motivado e concentrado.
A importância do clássico para o Inter, na avaliação do ex-zagueiro Mauro Galvão, que atuou por ambos os clubes, é maior do que para o rival. Claro, ele sabe que a vitória seria fundamental para os dois times em termos de tabela e de incentivo para as oito rodadas restantes, mas pondera que a equipe colorada precisa mais de confiança.
— O time do Grêmio é mais experiente, por jogar há muito tempo junto e ter atletas mais rodadas. Por isso, acho que lida melhor com as derrotas. O Inter precisa muito dessa afirmação que seria vencer o Gre-Nal — analisa.
Para Galvão, o resultado ideal seria um empate: um ponto para cada um e ambos vivos na luta por vaga na Libertadores do ano que vem. Mas justamente por ambas as equipes estarem pressionadas por bons resultados e pelo peso que a classificação e a posição na tabela têm, ele acredita que não será esse o placar do clássico de domingo, na Arena:
— A derrota pode bagunçar qualquer um dos lados. Nunca é bom perder. Pior ainda se for Gre-Nal. Clássico é sempre um jogo importante, mesmo quando não vale nada. Ganhar do rival significa muito. A torcida vai ao delírio, e é isso que os dois mais precisam.
Para o time de Zé Ricardo, essa vitória também valeria voltar a triunfar na casa do maior rival, o que não ocorre desde 2014. Se neste período sem derrotar o Grêmio na Arena o adversário voltou a levantar taças depois de uma seca de 15 anos, agora é a hora de o Inter voltar a superar o time tricolor fora de casa e aprofundar a crise no rival.
FRASES
Amarildo, ex-atacante do Inter
"Jogar no Inter foi uma coisa muito grande, foi parte importante da história da minha vida. Me posicionou para o mundo para jogar na Lazio. Sei do peso que tem o Gre-Nal e espero que o Inter saia vencedor".
Mauro Galvão, ex-zagueiro da Dupla
"Já vi muito jogador se recuperar em Gre-Nal. Era vaiado, perseguido, e de repente consegue uma redenção num clássico. Isso é bem possível"
"Os dois times vinham muito bem, e depois tiveram um pouco de dificuldade com as derrotas. Tiveram uma quebra no que vinha acontecendo. Independentemente dessa dificuldade dos dois, Gre-Nal é sempre um jogo muito difícil. Claro que eles estão próximos na tabela, perto da classificação para a Libertadores, mas são jogos que podem ser determinantes"