Por via das dúvidas, o melhor para o Inter é evitar os pênaltis nesta quarta-feira (18), na final da Copa do Brasil. O Athletico-PR é especialista na decisão a 9m15cm, e seus últimos sete confrontos deixam isso bem claro. A equipe não perde uma disputa do gênero desde março de 2018, usando time principal ou aspirantes.
Pelo Campeonato Paranaense, pela Copa do Brasil ou pela Sul-Americana, quem terminou o tempo normal empatado se deu mal contra os atleticanos. Já o Inter, nas duas decisões deste ano perdeu uma e avançou em outra.
Do histórico recente do adversário colorado, é possível depreender duas informações. A primeira é de que o Athletico-PR não se abala em chutar quantos pênaltis forem necessários. O time acertou a meta 39 vezes nas últimas oito disputas. A média chega perto de cinco por partida, o que praticamente obriga o adversário a também marcar em todas as cobranças.
Foi assim, inclusive, a última derrota, em fevereiro de 2018. Na semifinal do primeiro turno do Estadual, o Rio Branco segurou o 1 a 1 na Arena da Baixada e venceu nos pênaltis por 6 a 5. Das 14 cobranças, só três não foram gol.
Apesar de ser no Paranaense, competição na qual o Athletico-PR usa o time sub-23, alguns nomes estarão no Beira-Rio nesta quarta. O técnico Tiago Nunes comandava um time que tinha, entre outros, o goleiro Santos, o lateral-esquerdo Renan Lodi e o meia Bruno Guimarães. O destaque daquele jogo foi o goleiro Jhones, atualmente no Pacajus, do Ceará. Além de defender uma cobrança (de Yago) e ver Vitor Naum chutar na trave, ele mesmo converteu seu chute.
— Foi uma tarde iluminada. Já no tempo normal, tinha conseguido fazer boas intervenções e arrancamos o empate. Depois, nos pênaltis, defendi uma e, como treino bastante, bati o quinto pênalti. Deu tudo certo — diz o ex-goleiro do Rio Branco, que deixa uma sugestão aos colorados, caso haja igualdade na decisão:
— Quem sou eu para dar dica a um grande goleiro como o Marcelo Lomba, mas diria a ele para ter confiança, acreditar em si mesmo que, no final, vai dar certo.
Ninguém mais repetiu a façanha de Jhones. Aliás, daquela disputa em diante, o milagreiro quase sempre foi Santos. Mesmo que não tenha números lá tão expressivos. A defesa no chute de Pepê foi a quarta nas três decisões nas quais esteve presente. Pegou um contra o Bahia e dois contra o Flamengo. Os demais desperdícios foram de chutes na trave ou para fora.
Contra os cariocas, aliás, o goleiro não teve dificuldade para impedir o chute de Diego, que tentou dar uma espécie de cavadinha. Santos revelou que estuda bastante os cobradores adversários, o que serve de alerta para o Inter.
A qualidade das batidas também impressiona. Contra o Grêmio, na última disputa, todos os jogadores que bateram deixaram impossível para Paulo Victor esboçar reação. Bruno Guimarães foi um deles.
O alerta está feito. Para o Inter, caso consiga abrir um gol de diferença, o melhor é buscar o segundo. Se depender de pênaltis, Lomba precisará se inspirar em Jhones.
NA MARCA DA CAL
O Athletico-PR passou nos pênaltis nas últimas sete decisões:
Março de 2018 — 6 a 5 contra Ceará (terceira rodada da Copa do Brasil)
Outubro de 2018 — 4 a 1 contra Bahia (quartas de final da Sul-Americana)
Dezembro de 2018 — 4 a 3 contra Junior de Barranquilla (final da Sul-Americana)
Abril de 2019 — 6 a 5 contra Coritiba (final do 2º turno do Paranaense)
Abril de 2019 — 6 a 5 contra Toledo (final do Paranaense)
Julho de 2019 — 3 a 1 contra Flamengo (quartas de final da Copa do Brasil)
Setembro de 2019 — 5 a 4 contra Grêmio (semifinal da Copa do Brasil)
Última derrota
Fevereiro de 2018 — 5 a 6 x Rio Branco-PR (semifinal 1º turno Paranaense)