O nome Taffarel faz lembrar um bordão do narrador Galvão Bueno.
– Vai que é sua, Taffarel! – repetia o narrador a cada cruzamento na área.
Pois é exatamente o que Taffarel Madureira, 28 anos, ouve desde sempre. Mineiro de Belo Horizonte, torcedor do Atlético-MG, ele recebeu o nome em homenagem ao goleiro da Seleção, especialmente pelo seu desempenho nas Olimpíadas de Seul, em 1988 (o garoto nasceu em 1989).
– Já me incomodei com o meu nome. Quando criança, não gostava. Mas me acostumei – lembra Taffarel, que perdeu o pai cedo, antes que pudesse questioná-lo sobre a escolha.
Na Copa de 1994, o goleiro foi um símbolo da conquista brasileira. Acabou ajudando a diminuir o bullying sofrido. Um momento inesquecível foi quando Taffarel jogou no Atlético.
– Já pensou se ele fosse para o Cruzeiro? Seria demais para mim – lembra Taffarel, que é historiador.
A vida acadêmica, aliás, obrigou o professor a ter jogo de cintura. Apesar de nenhum dos seus alunos terem visto Taffarel jogar, o bordão de Galvão parece estar no imaginário de todos.
– É eu me virar para o quadronegro que ouço um “Vai que é sua, Taffarel” – diz.