Renato Portalupi cobra resultados do time do Grêmio. Diz ser necessário foco na busca pelos títulos do Brasileirão, da Copa do Brasil e da Libertadores em 2018. As semelhanças dele com seu quase homônimo, Renato Portaluppi, o técnico do Grêmio, ficam por aí. A falta de um "P" no sobrenome faz com que o "outro" Renato consiga sair tranquilamente às ruas e não perca o sono sobre a escalação do time. O problema do Portalupi com um "P" só é ter de explicar que não, ele não é o Portaluppi que muitos pensam.
Morador de Arvorezinha, funcionário de uma gráfica, 26 anos de idade, ele passa por algumas situações esquisitas em sua rotina. Dia desses, foi a um centro de formação de condutores renovar sua carteira e, chamado pela atendente, sentiu que todos o fitavam.
– Todas as pessoas que estavam ali me olharam com cara de espanto, sem entender nada. Não me acharam parecido – lembra, às gargalhadas.
Nesse caso, no entanto, o sobrenome é uma coincidência. O pai de Renato, Reus Portalupi, gremista e fã do atual técnico do Tricolor, quis homenagear o camisa 7 que, além de atual treinador, é o maior ídolo do clube, autor dois gols na final do Mundial de Clubes de 1983. Definiu que o primeiro filho homem teria esse nome.
– O pai era gremistão ao extremo. Meu nome já estava reservado antes mesmo de saber que eu estava a caminho – conta Renato.
As redes sociais também costumam diverti-lo. Na foto que estampa seu perfil no Facebook, aparece com uma camiseta do Grêmio na qual se lê “Portalupi” às costas, sobre o mítico número 7.
Vários desavisados com frequência enviam mensagens ao torcedor.
– Renato, volta do Rio para ganharmos a Copa do Brasil – pediu um torcedor.
– Você é meu ídolo, estive na Arena e chorei quando te vi à beira do gramado – escreveu outro.
Há aqueles ainda que se arriscam e sugerem como escalar o time.
– Mandam eu tirar ou colocar um jogador. O bom é que, depois que explico a confusão, acabo fazendo amizades. Tenho muitos amigos virtuais em função disso.
Nos grupos de WhatsApp, as questões se repetem.
– Tu és o treinador do Grêmio? – perguntou o integrante de um grupo, certa vez.
– Tenho o mesmo nome dele – respondeu Renato.
– Ah, bom. Já ia te chamar de sogrão – finalizou o gaiato, em referência a Carol, filha do técnico.