Segundo reforço do Inter para o segundo semestre, o atacante Brenner, de 22 anos, ainda não vestiu oficialmente a camisa do novo clube. Primeiro, precisa passar por tratamento no CT Parque Gigante, a fim de curar uma inflamação no músculo adutor da coxa direita. O prazo é de um mês para que esteja em campo fardado de vermelho.
Assinará com o Inter por quatro temporadas, com o clube dividindo os lucros de uma futura venda com o Juventude. Enquanto trata da mudança de Caxias para Porto Alegre, o mato-grossense com alma gaúcha Brenner encara sessões de fisioterapia, por vezes, tendo as companhias de Valdívia e de Rodrigo Dourado. Ainda vice-artilheiro do Gauchão, mesmo estando de molho há um mês, Brenner já projeta a sua estreia em vermelho. A seguir, os principais trechos da entrevista a ZH:
Quando o Inter te procurou?
Foi logo depois da sequência de gols que fiz pelo Juventude. Duas semanas atrás, a gente acabou resolvendo tudo.
Mas você já estava lesionado?
Já, já havia me lesionado no Juventude. Tenho uma tendionopatia, uma inflamação, no adutor (direito). Comecei o tratamento, ela diminuiu, mas é algo que em incomoda até hoje. Quando vou fazer um movimento de chute, algo mais forte, incomoda, mas não é nada grave. A previsão é voltar a jogar dentro de um mês. Quero estar em campo logo para ajudar o Inter.
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Há risco de a contratação acabar não sendo confirmada, devido à lesão?
Acredito que não. O prazo é esse. E a evolução tem sido muito boa, estou em fase final de tratamento. Espero voltar logo e poder estrear pelo Inter no Brasileirão.
Nesta semana teremos o mata-mata entre Grêmio e Juventude, pela semifinal do Gauchão. Você está chateado por não poder participar?
(risos) Como jogador, queira estar em campo. Tinha a meta pessoal de ser o artilheiro do Gauchão (ainda é o vice, com sete gols, atrás de Heliardo, do São José, que marou oito). Mas não posso me queixar. Essa negociação foi boa para todas as partes e realizei um sonho ao vir para o Inter.
Onde você se encaixará nesse setor ofensivo do Inter, que conta com diversos jogadores?
Me vejo como centroavante. O 9 mesmo, de área, que faz gol de rebote. mas gosto de rodar por trás da zaga também. O Inter tem jogadores rápidos pelas pontas, posso ser o complemento. Quero dar essa dor de cabeça ao Argel.
Há quem te ache parecido com o Hulk, na parte física e na técnica. Concordas?
Acho que hoje até dá para comparar, mas o Hulk joga mais pelos lados. Eu, não. Jogo mais por dentro, seguro bem a bola, faço o jogo andar, e tento decidir em uma arrancada.
Qual o teu projeto para a temporada?
Meu projeto é ajudar o Inter. Me recuperar 100%, o que deve ocorrer no começo do Brasileirão, e ir mostrando aos poucos o meu futebol e o meu estilo de jogo. Quero que seja um ano de afirmação no Inter. Quero mostrar a minha cara e fazer gols.
Você já conversou com o técnico Argel?
Bah, é um baita cara. É um baita treinador, já chegou e me deu força, me acolheu. O grupo também me acolheu bem, todos muito receptivos. O grupo também me recebeu superbem. Você chega do Juventude, fica com um pouco de receio, mas todos me receberam 110%. O Inter tem um grupo muito bom, tem uma mescla boa e muito para render.
Como você foi parar no Juventude?
Eu jogava em uma escolinha de Cuiabá (MT). Em 2009, fomos disputar um torneio no Paraná. Me viram lá e, aos 15 anos, passei a jogar na base do Juventude. No começo foi complicado trocar o calor de Cuiabá pelo frio de Caxias do Sul, mas deu tudo certo. Já estou há seis anos aqui.
Você é quase um jogador gaúcho então?
Praticamente. A minha formação de base foi toda aqui. Os guris do Inter, conheço todos, de jogar Estaduais. Isso pesou bastante também na minha decisão sobre em qual clube atuar (o Corinthians também queria o atacante). Sou um jogador gaúcho, criado aqui.
Por que Brenner? Não é exatamente um nome comum.
Quando fiz essa pergunta aos meus pais (Alissandra e Gladson), minha mãe, que é quem manda, disse que não tinha grandes explicações. Pegou um livro de nomes, mas não queria Breno nem Bruno. Achou Brenner e gostou. Ficou Brenner.