Os dias como jogador de futebol para Pedro Geromel estão contados. Eles acabam no domingo (8), quando o Grêmio enfrenta o Corinthians. Aos 39 anos, deixará os gramados para curtir a família. Ao menos esse é o plano inicial.
Talvez seja o jeito Geromel de ser. Talvez ele ainda não tenha se dado conta de que o fim desta etapa da vida está a poucas horas de distância. Mas Geromel não demonstra tensão com a aposentadoria que bate a sua porta.
Relaxado em uma cadeira da sala de imprensa do CT Luiz Carvalho, Geromel recebeu o Grupo RBS para revisar sua década como jogador do Grêmio. Ele fala das conquistas da Copa do Brasil e da Libertadores, da relação com a torcida e a chegada sob olhar de desconfiança do torcedor. Também lembrou dos dias mais difíceis, quando o clube foi rebaixado. Confira a integra da conversa.
Como está o sentimento, a cabeça e o coração?
Ah, eu estou num misto, né? Por eu ter continuado na rotina, de vir treinar, vir trabalhar, jogando, acho que não estou sentindo tanto ainda, pensando em muitas coisas e tudo isso. É uma sensação de realização, de estar completamente realizado pessoalmente. Estou muito feliz por ter tido a oportunidade de ficar tanto tempo em um clube como o Grêmio.
Já tem programação para segunda-feira, no primeiro dia de aposentadoria?
Não, nenhuma. Eu quero jogar o jogo, desfrutar do momento, aproveitar pela última vez entrar em campo na Arena, e depois vamos ver.
Pelo que você falou, ainda não caiu a ficha completamente. Como é que você tá lidando com isso? Acha que vai cair quando ficar em casa, de repente mais com a família?
Com certeza. Quando não tiver mais a rotina, sempre tem viagem, concentração, jogo e treino todos os dias, então não dá tempo de sentir ainda. Mas tempo não vai faltar.
Uma sensação de realização, de estar completamente realizado pessoalmente. Estou muito feliz por ter tido a oportunidade de ficar tanto tempo em um clube como o Grêmio.
PEDRO GEROMEL
Sobre o fim de sua carreira
Como é que você acha que vai ser a recepção da torcida no domingo?
Eu acho que igual sempre. É uma torcida que não tem o que falar. É só agradecer por todos esses 10 anos, por tudo o que a gente passou junto. Foram alegrias, tristezas, emoções, felicidade, comemoração, raiva. Já passamos por tanta coisa juntos, (fica) só o agradecimento mesmo por ter passado por tudo isso junto com eles por tanto tempo.
Depois de uma carreira tão longa, você acha que está te aposentando porque o teu corpo já cansou dessa rotina de jogador ou por uma questão mais mental?
Acho que é o ciclo da vida. Todo mundo sabe que a vida é assim, tem começo, meio e fim. Todo mundo vai passar por esse momento, vai chegar o momento que não consegue mais. E chegou um momento em que vi que não estava conseguindo mais. Tenho de abdicar de muita coisa, tenho de me cuidar 24 horas por dia praticamente. Tenho de cuidar muito mais do meu descanso, da minha alimentação, da minha suplementação, da minha treinabilidade. E, algumas vezes, eu não consigo nem render como eu rendia antes. Não queria que isso acontecesse. O último jogo contra o São Paulo, que a gente ganhou na Arena, consegui jogar o jogo todo, os 90 minutos, no alto nível, e era assim que eu esperava terminar. E não foi fácil, foram meses, semanas, anos de dedicação para conseguir chegar e jogar nesse nível.
Geromel fala sobre aposentadoria
Quanto você passou a ter essa ideia de ter de se dedicar mais na sua recuperação, com o seu corpo, ter mais cuidado? Quando o corpo começou a responder de uma maneira mais lenta na recuperação entre uma atividade e outra?
Não chega nem a ser a recuperação. Acho que nesse quesito eu sou privilegiado geneticamente e me cuido sempre. Eu digo mais é pela força, pela explosão, pela velocidade, por performar como eu e a torcida estamos acostumados a ver. Quando você não consegue mais manter esse nível sempre, acaba atrapalhando em vez de ajudar. Não queria que chegasse nesse ponto.
O último jogo foi tão em alto nível, dava pra queimar mais lenha, não?
Dava, com certeza, mas não tenho mais essa vontade de fazer tantos sacrifícios. São mais de 20 anos de profissão, porque venho fazendo isso diariamente. Tenho família, filhos, amigos. Quero fazer outras coisas além do futebol.
Esse sacrifício, como é que está sendo para o último jogo? A preparação tem sido muito diferente, tem mexido contigo, ou tu tá tentando manter igual?
Ninguém se prepara de um dia para o outro. Você não consegue, tipo, amanhã você vai jogar, aí você vai jogar e performar. Isso já é uma preparação de, não são dias, não são semanas, não são meses, são anos que venho me cuidando. A gente entra meio naquele estado flow (estado mental em que a pessoa se sente absorvida em uma atividade, com foco total e sensação de prazer e energia), que você simplesmente faz o que você nasceu para fazer e faz com excelência. Mas para isso você tem de se preparar, já são aproximadamente duas décadas.
São mais de 20 anos de profissão. Tenho família, filhos, amigos. Quero fazer outras coisas além do futebol.
PEDRO GEROMEL
Sobre aposentadoria
Você tem ideia de como é que vai ser a sua rotina sem ser jogador de futebol?
Não, ainda não. Meu foco vai ser, falei para as crianças hoje, vou levar vocês na escola e buscar. Isso daí eu não vou abrir mão. Depois entre essas duas atividades arrumo alguma coisa para fazer.
Hoje todo mundo sabe quem é o Geromel, mas lá no início tinha uma desconfiança da torcida. Como é que foi lidar com aquilo no início, na chegada e depois virar um ídolo do clube?
Acho que é normal a desconfiança. Chega um jogador que ninguém nunca ouviu falar, que ninguém nunca viu jogar. Eu tive a humildade para trabalhar, força de vontade, dedicação, para mostrar o meu valor. Isso daí nada melhor do que o tempo para provar.
No teu primeiro coletivo, você era o quinto zagueiro na hierarquia, tinha o time principal. Como é que foi aquele momento de chegada, em que você viu que tinha um caminho bastante grande?
Para mim foi difícil essa aceitação. Já tinha 10 anos de Europa, já tinha jogado nas melhores ligas do mundo e fiquei pensando: “tem que começar tudo de novo”. Tem um longo caminho pela frente, mas com perseverança, com trabalho, fazendo sempre a coisa certa, sem nunca passar a perna em ninguém, sem nunca desmerecer ninguém, eu sabia que ia ter uma oportunidade. Vejo que muitos jogadores, muitas pessoas na vida também, às vezes ficam reclamando da falta de oportunidade, em vez de trabalhar, se preparar, adquirir conhecimento, adquirir outras formas para quando chegar a oportunidade estar pronto.
Para mim foi difícil essa aceitação, já tinha 10 anos de Europa, já tinha jogado nas melhores ligas do mundo e fiquei pensando: “tem que começar tudo de novo”.
PEDRO GEROMEL
Sobre a chegada no Grêmio
As pessoas ficam reclamando, e quando chega a oportunidade, não estão prontas, porque em vez de se prepararem mais, ficaram reclamando. Não queria ser esse tipo de pessoa. Sempre me dediquei muito, muito, muito, muito. Treinava horrores. Cheguei em 2014, tinha o Zé Roberto, e eu ficava olhando e falava: “nossa, o Zé Roberto, que é o Zé Roberto, é uma referência no futebol mundial, não estava sendo convocado”. Ele continuava chegando cedo, indo embora mais tarde do que todo mundo. Eu falava: “se o Zé está treinando esse tanto, tenho de me condicionar a treinar também para ter uma oportunidade”. Depois, até acabou mudando o treinador, e o Zé começou a jogar. Ele já tinha uma certa idade, e o Felipão chegou para ele e falou: “você joga na lateral?”. E porque ele se preparou tanto nesse tempo todo que ele não estava jogando, estamos falando em um período de mais de seis meses, ele estava pronto. Ele jogou de lateral o resto do campeonato, foi até considerado, se eu não me engano, por algumas revistas, o melhor lateral do campeonato, e serviu de inspiração para mim nesse momento que foi mais complicado.
E contigo foi meio semelhante também, porque o técnico Enderson Moreira te colocou para jogar no lado esquerdo e você joga pelo lado direito.
Eu queria jogar, eu jogo de qualquer lado. Quando ele perguntou se eu jogava do lado esquerdo, eu falei que era canhoto. Eu queria jogar.
Quando ele (Enderson Moreira) perguntou se eu jogava do lado esquerdo, eu falei que era canhoto. Eu queria jogar.
PEDRO GEROMEL
Sobre receber oportunidades na sua chegada ao Grêmio
Tem algum momento que você sentiu um "clique" e percebeu o seu tamanho na história do Grêmio?
A gente não tem tempo. A gente fica 11 meses correndo de lá para cá, jogando, viajando. Esse ano já foram inúmeros jogos. Ano passado, igual. É sempre assim. Você está em uma rotina que vai fazendo, vai fazendo, você não para e pensa. Acho que vou começar a sentir, a ter noção real disso ano que vem.
Com 10 anos de Grêmio, você acaba conhecendo a história do clube também. Onde é que você acha que te coloca na hierarquia dos grandes zagueiros da história do clube?
Não tenho pretensão nenhuma. Sou muito realizado e feliz por ter tido a chance de fazer tanto tempo da história em um grande clube como o Grêmio. Fico tranquilo, deixo vocês, jornalistas, torcedores, fãs, tomarem essa decisão, escolher. Estou tranquilo, porque fiz o meu melhor. Fico com a consciência supertranquila.
Fala um pouquinho da parceria com o Kannemann.
O Kanneman é fenomenal. Ele incorpora a alma de todo torcedor gremista. Quando você vai entrar em campo e tem o Kannemann do seu lado, a energia dele é contagiante. Ele é aquela pessoa que é sempre agressiva, sempre com vontade, sempre com determinação. Você sabe que você pode contar com ele em qualquer momento, em qualquer hora. Você sabe que ele não é a pessoa mais refinada tecnicamente, mas você sabe que o que estiver no alcance dele, ele vai te ajudar. Isso é uma coisa que eu tento passar para todo mundo, todos os jogadores, os mais jovens, as novas contratações, os mais experientes. Eu falo para eles: “Aqui no Grêmio, você tem que correr, você tem que trabalhar, você tem que se empenhar, você não precisa ser tecnicamente muito diferente, se for melhor, mas você tem que ter disposição”. A torcida é o reflexo da nossa vontade dentro de campo, e o Kannemann ainda reflete mais do que ninguém essa raça, esse espírito imortal.
O Kannemann é fenomenal. Ele incorpora a alma de todo torcedor gremista.
PEDRO GEROMEL
Sobre a parceria com Walter Kannemann
Quando você anunciou a aposentadoria, falou que achava que o vestiário ficava em boas mãos com o Kahneman. Como é que é esse trabalho também de tentar deixar o ambiente parecido com o que vicê sempre gostou de ter aqui no Grêmio?
O ambiente é bom. Ele ganha campeonatos, né? Eu acho que quando você tem um grupo que é comprometido, um grupo que todo mundo vai para o mesmo lugar, isso facilita muito nos momentos difíceis, que é quando você mais precisa, tem jogadores lesionados, chega numa decisão, tem jogos que são como decisões — o jogo último aqui contra o São Paulo, que para gente era uma final. Então, se você tem um ambiente bom, um ambiente como esse, onde todo mundo se respeita, onde todo mundo consegue olhar uma na cara do outro, consegue se cobrar, tem essas características, fica muito mais fácil. E eu tenho certeza de que o vestiário está entregue em boas mãos aí com o Kannemann.
O ambiente foi o segredo para 2016, 2017, 2018, aquele período mágico do Grêmio?
Com certeza. Semana passada, a gente foi jogar contra o São Paulo, o Douglas mandou mensagem, falou: “meu, arrebenta, vocês vão ganhar”. O Edilson mandou mensagem, o Michel mandou mensagem, outros jogadores que jogaram no Grêmio, que estão em outros clubes, mandaram mensagem. Assim, a gente tem até hoje uma amizade que é muito legal. E, com certeza, essa amizade foi fundamental para o sucesso esportivo do Grêmio.
O espaço de 2016, 2017, 2018, aquele período com os maiores sucessos, que importância tem na sua carreira, na sua vida?
Para mim foram anos maravilhosos. Eu me dediquei 100% ao Grêmio, a fazer o meu melhor. E eu vi aqui os outros jogadores também (fazerem isso). E a gente tinha praticamente uma família aqui, jogadores que se davam muito bem dentro e fora do campo. E o Renato coordenou a gente magistralmente, para a gente ter esse sucesso esportivo.
Para mim foram anos maravilhosos. Eu me dediquei 100% ao Grêmio, a fazer o meu melhor.
PEDRO GEROMEL
Ao comentar os anos vitoriosos no Grêmio
E aquela arrancada lá no Mineirão para o gol do Cebolinha?
A gente sempre conversou que cada um que estiver mais perto do marcador marca e o outro faz a posição dele. E aí é um escanteio, eu estou marcando um zagueiro lá dentro da área, e o escanteio é um pouquinho forte, a bola vai sobrar lá no rebote para o Robinho. Eu estava mais perto onde a bola passou, meu cara estava por ali, eu já fui encurtar e roubei a bola dele, estava na jogada, continuei e tive a felicidade de cruzar para o Cebolinha fazer a bola.
A gente está falando de momentos marcantes, aquela pegada no começo do Mundial contra o Real Madrid, o Cristiano Ronaldo, foi premeditado?
Não, foi o lance normal do jogo. O Marcelo foi tocar para ele na paralela, eu fui encurtar ele, e a bola desvia no Ramiro, e aí a bola muda de trajetória. Como ele estava na minha frente, ele viu antes, ele reagiu antes, e eu fiz uma falta para matar a jogada.
Ele não falou nada, não comentou nada sobre a falta?
Não, deve ter reclamado, mas é normal, os atacantes sempre reclamam durante, mas é do jogo.
Qual o ano mais especial, 2016 ou 2017?
Eu acho que os dois anos. Eles estão praticamente juntos, porque em 2014, quando cheguei no Grêmio, tinha uma pressão tão grande para ganhar títulos, que era uma coisa que atrapalhava. Em 2016, quando a gente ganha de 3 a 1, fora de casa (do Atlético-MG), o primeiro jogo da final (da Copa do Brasil), a gente já sabia que ninguém tirava o título da gente aqui na Arena. Aí em 2017, a gente entra em uma espiral vencedora, porque a gente tira esse peso, a confiança volta, começa a criar aquela sinergia entre o torcedor e o time. Além de saber que a gente ia vir jogar aqui na Arena, a gente ia ganhar de todo mundo, e isso tudo foi culminando para ter mais um ano de títulos, e que se seguiu assim por mais algum tempo.
Como é que foi trabalhar com Renato?
O Renato é um ótimo treinador. Esse sucesso que a gente teve em 2016, 2017, 2018, é muito graças a ele. Ele chegou, acertou o time. É uma pessoa muito preparada, um treinador muito íntegro, uma pessoa que fala sempre no olho do outro. Tenho certeza que ele sai na rua, e tenho certeza que por ser a pessoa que ele é correta, ele consegue olhar no olho de cada um (dos jogadores que treinou), e isso diz muito do caráter da pessoa. Foi com ele que eu tive minhas maiores glórias no futebol, então eu sou muito grato a ele.
O que ficou daquele ano de 2021 (do rebaixamento) para vocês?
Eu acho que a vida é assim, ela não é só feita de momentos felizes. É feita de altos e baixos, e todo mundo cai. Eu acho que o importante é como você se levanta. Por exemplo, eu e o Kannemann ficamos aqui. Eu joguei praticamente todos os jogos da Série B, e fiz de tudo para trazer o Grêmio para a Primeira Divisão de volta, que é o lugar que está hoje, e espero que nunca mais saia.
Quando normalmente o clube cai, muita gente vai embora. Você e o Kannemann ficaram. O que isso significou? Um recado para a torcida?
Eu acho que foi o momento, se bobear, que o Grêmio mais precisou de mim, de um líder, de um jogador, de uma referência. E foi o momento que eu mais me dediquei para ajudar, porque esses 10 anos que eu estou aqui, foi de longe o pior time que a gente montou (risos). Eu sabia que não ia ser fácil, mas pela questão financeira, pela situação toda, foi o momento que eu mais joguei, que eu sabia que o Grêmio mais precisava, e conseguimos o nosso objetivo.
Se bobear, foi o momento em que o Grêmio mais precisou de mim, de um líder, de um jogador, de uma referência. E foi o momento que eu mais me dediquei para ajudar. Foi de longe o pior time que a gente montou (risos)
PEDRO GEROMEL
Sobre jogar a Série B
Naquele período, você chegou a receber propostas para sair, você chegou a colocar em dúvida a sua permanência no clube?
Não. Eu estava bem tranquilo e bem conformado com a situação. Chegaram a ter algumas propostas, mas eu não quis ir.
Você pensou em deixar o Grêmio? Teve algum momento que isso poderia ter acontecido?
Não vou saber os anos exatamente, mas eu já tive um monte de propostas de grandes clubes aqui do Brasil. Tive uma proposta muito vantajosa financeiramente da China, uns anos atrás. Acho que foi no ano que eu fui para a Copa. Eu sempre coloquei o Grêmio e minha família em primeiro lugar. E isso sempre pesou bastante para mim. Teve até uma proposta de um time do Brasil em que o diretor até chegou a falar para mim: “eu pago mais do que você ganha no Grêmio”. Eu falei: “Então nem me fala para eu não ficar com vontade”. Sempre teve uma sinergia muito boa entre eu e o Grêmio e eu acho que eu fiz a decisão acertada. Na hora é difícil você tomar essas decisões. Mas eu acho que pela estabilidade da minha família, eu sempre fui muito bem recebido por todos aqui em Porto Alegre. Eu acho que foi a decisão acertada ter ficado tanto tempo. Aqui no Brasil é complicado, não é fácil ficar muitos anos. Você vê que poucos jogadores ficam muito tempo no clube. Eu tenho a felicidade de ter ficado tanto tempo aqui.
Você virou um Gremista?
Claro, com certeza. Meus filhos, então, meu Deus do céu.
Também tem gol em Gre-Nal. Qual o rostinho de fazer um gol em Grenal?
Eu acho que o Gre-Nal é a maior rivalidade do futebol brasileiro. E jogar um Gre-Nal é sempre diferente. Mas o meu objetivo sempre foi não tomar gol. Fazer gol eu deixo com os atacantes. Eu acho importante, claro, quando a gente pode ajudar. Mas o meu foco sempre foi ganhar os jogos e não tomar gol.
Você pretende seguir morando em Porto Alegre?
Pretendo.
Pretende ficar no futebol?
A princípio eu não pretendo trabalhar no futebol. Mas é a única coisa que eu sei fazer. Eu passei a minha vida toda fazendo isso. Então não sei o que dizer. Mas agora não tenho que fazer nada.
O que o Grêmio significou na tua vida?
O Grêmio é minha casa praticamente. Eu passei grande parte do tempo nessa última década aqui. O sentimento que eu tenho pelo Grêmio é gratidão por ter tido a sorte de ficar tanto tempo numa cidade tão boa. E isso foi graças ao Grêmio.
Qual foi a tua melhor atuação na tua avaliação para o Grêmio?
Eu sou muito chato, sou muito perfeccionista. Eu sempre fico me cobrando que eu podia ter feito isso ou aquilo. Então eu sempre faço uma autocrítica muito exigente. Eu sei lá qual foi. É tanto jogo.
Foi um privilégio poder ter estado com vocês todo esse momento. Espero ter representado vocês nesses 10 anos.
PEDRO GEROMEL
Em um recado para o torcedor gremista
Deixa um recado para a torcida.
Torcedor Grêmio, são mais de 10 anos representando, jogando por vocês dentro de campo. Já passamos por muitas coisas, muitas alegrias, muitas tristezas, muitas emoções, muitas vitórias, muitas derrotas. E, para mim, foi um privilégio poder ter estado com vocês todo esse momento. Espero ter representado vocês nesses 10 anos. Sempre fiz o meu melhor. E muito obrigado por tudo.
*Eduardo Moura, repórter do ge.globo, também participou da entrevista