Pode se tornar tarefa de gincana acertar a escalação do Grêmio para as rodadas finais do Campeonato Brasileiro. Até o último jogo do ano, em 8 de dezembro, o time deve se moldar às circunstâncias do confronto, avisou o técnico Renato Portaluppi. Características do adversário, local da partida e situação na tabela influenciarão nas escolhas do treinador.
Um pouco da lógica foi vista nas últimas vezes em que a equipe entrou em campo, com a formação variando entre mais ofensiva e mais defensiva. No 2 a 2 diante do Fluminense, na sexta-feira (1º), Renato optou pelo pragmatismo. Um meio-campo com Dodi, Villasanti e Edenilson foi montado para dar maior liberdade para Soteldo. Os meias Cristaldo e Monsalve foram preteridos do 11 inicial.
— Tenho mudado os esquemas dependendo do adversário, de onde é o jogo. Arrumei um novo sistema para jogarmos. Não foi perfeito, mas fomos bem. Era um adversário que precisava da vitória também. Era importante termos um bom resultado — analisou o treinador.
No campo teórico, o Grêmio terá pela frente na sexta-feira (8) um adversário mais difícil, o vice-líder Palmeiras, e novamente fora de casa. O cenário faz com que o confronto diante do Fluminense seja um ponto de partida para o confronto da 33ª rodada. A seguir, Zero Hora analisa o que funcionou e o que não deu certo no Maracanã.
Defesa
Jogue contra quem jogar, jogue com o sistema que jogar, o Grêmio sofre gols. No conjunto dos últimos 10 jogos, Marchesín só não buscou a bola dentro do seu gol no 0 a 0 com o Botafogo. Contra o Fluminense foram duas vezes, mesmo com o trio de volantes armados por Renato. A defesa gremista permitiu 18 arremates contra a meta de Marchesín, 10 deles de dentro da área.
— Já falei para vocês que o Grêmio não tem que jogar bonito nesse resto de Brasileirão. Precisamos de pontos. Prefiro isso a jogar bem _ opinou Renato.
Meio de campo
A formação com Dodi, Villasanti e Edenilson transformou o Grêmio em um time com menos posse de bola, na tentativa de buscar o contra-ataque com a liberdade dada a Soteldo e com Aravena. O time gaúcho ficou com a bola em apenas 37% do tempo. Apesar da trinca de marcadores, foram cedidos mais arremates (18) do que a média gremista na competição (13,7).
Na fase ofensiva, a produção também baixou. Foram sete chutes contra o gol de Fábio. A média da equipe no Brasileirão é de 11,2 por partida. Autor do primeiro gol gremista, Braithwaite ficou isolado no ataque e se sentiu como uma das 444 ilhas do território dinamarquês.
Ânimo
Mesmo que a campanha esteja longe de ser um sonho, não se pode reclamar do ânimo da equipe nesses jogos finais. Mais uma vez os atletas demonstraram poder de reação. Os jogadores não desistiram a ponto de conseguirem o pênalti que resultou no gol de empate nos acréscimos da partida. Foi o segundo jogo seguido em que o time marcou após os 45 do segundo tempo.
Individualidades
Três jogadores se sobressaíram individualmente. Braithwaite, mais uma vez, teve bom desempenho quando a bola chegou até ele. São seis gols em 14 partidas desde a chegada a Porto Alegre. Depois de baixo rendimento em confrontos recentes, Reinaldo voltou a ter uma boa noite e assumiu a responsabilidade de cobrar o pênalti, mesmo com Diego Costa em campo. Marchesín fez boas defesas e evitou um placar desfavorável.
Quer receber as notícias mais importantes do Tricolor? Clique aqui e se inscreva na newsletter do Grêmio.