Aos 40 minutos do segundo tempo do Gre-Nal, possivelmente apenas duas pessoas entenderam a troca que Renato promovia. Perdendo por 1 a 0, ele tirou o volante Dodi e colocou o zagueiro Rodrigo Ely. Instantes depois, foi possível ver uma das razões: o zagueiro se juntara a JP Galvão no ataque, em uma tentativa desesperada de empatar o clássico em uma bola aérea.
Na coletiva de imprensa após o jogo, Renato explicou a opção por um zagueiro na frente. Com 1m88cm, Ely poderia disputar a bola contra a defesa do Inter, que estava reforçada àquela altura do jogo e contava com uma linha de cinco zagueiros:
— Às vezes, pecamos por falta de peças. Tive que colocar um zagueiro lá na frente, infelizmente o Diego se machucou. Tem horas que você precisa de gente que saiba pelo menos cabecear e o Ely é um exímio cabeceador.
Apesar da impressão de Renato, os números de Ely mostram outra realidade. Segundo o site Ogol, uma enciclopédia destinada aos esportes, o defensor de 30 anos tem sete gols na carreira. Nenhum pelo Grêmio. Gustavo Martins, por exemplo, aos 21, marcou três vezes com a camisa tricolor. Então, por que a escolha por Ely?
É que, segundo pessoas que têm acesso aos treinos, o zagueiro eventualmente participa de rachões no ataque. E é parte importante nas jogadas de bola parada ofensiva. A esperança de Renato naquela parte do jogo era que alguma falta ou escanteio encontrasse a cabeça do zagueiro. O que não ocorreu. De acordo com o Sofascore, Rodrigo Ely tocou na bola duas vezes nos 11 minutos em que esteve em campo.