Com o empate do Grêmio com o Estudiantes neste sábado (8), em Curitiba, o Tricolor ficou com o segundo lugar no Grupo C da Libertadores e terá como rival nas oitavas de final o Fluminense. Atual campeão da América, o time de Fernando Diniz mantém a ideia de jogo, mas tem tido dificuldade de funcionamento ao longo da temporada.
Saída de Nino e problemas defensivos
Do time campeão da Libertadores em 2023, o Fluminense perdeu um dos titulares da campanha. O zagueiro Nino foi negociado com o Zenit, no começo do ano. A ausência do defensor de 27 anos tem sido sentida pelo time carioca.
No modelo de jogo de Fernando Diniz, Nino era figura fundamental para a saída de bola porque, além do passe, tinha capacidade de condução de bola, muitas vezes deixando um ou dois atacantes para trás na iniciação das jogadas, o que abria espaço para outros companheiros. Na fase defensiva, a velocidade dele favorecia para a recuperação da equipe que costumeiramente atuava em linha alta.
Sem Nino, Diniz contou com o retorno de Manoel, que estava punido por doping, e a contratação de Antônio Carlos, do Orlando City. O volante Thiago Santos também foi usado como zagueiro fazendo em alguns momentos dupla com Felipe Melo. Os quatro, porém, sofrem pela dificuldade física para lances em velocidade já que todos passaram dos 30 anos. Felipe Melo tem 40 anos, Manoel e Thiago Santos 34 e Antônio Carlos 31. Cria da base, Felipe Andrade, de 22 anos, é única opção de juventude para o setor.
O Fluminense tem para sistema defensivo o reforço de Thiago Silva. O zagueiro que chega do Chelsea traz a experiência de mais de uma década na Europa e quatro Copas do Mundo no currículo. Ele é mais um jogador de idade avançada e irá completar 40 anos em setembro.
Cano diminui gols
No setor ofensivo, o Fluminense conta com um Cano com o faro de artilheiro em menor nível na atual temporada. Artilheiro da Libertadores do ano passado com 13 gols e em 12 jogos, ele anotou um total de 41 gols em 60 partidas em 2023.
Na atual temporada, Cano tem apenas cinco gols em 19 jogos. A média de 0,68 por partidas em 2023 caiu para 0,26 em 2023. Na Libertadores, o argentino anotou apenas um gol em cinco jogos (média de 0,2).
Forma de jogar e queda de rendimento
Taticamente, Fernando Diniz tem mantido a mesma estrutura da equipe. Ele parte de um 4-2-3-1, mas o time mantém o modelo de buscar aproximar muitos jogadores do setor da bola. O Flu é o terceiro com maior média de posse de bola na Libertadores, de 64,3%, atrás apenas de Atlético-MG (72,7%) e Independiente del Valle (65,8%).
Queda de rendimento
A queda de rendimento do Fluminense em relação ao ano passado fica comprovada nos números. O time soma 30 jogos nesta temporada com 14 vitórias, nove empates e sete derrotas (56,6% de aproveitamento). Nos primeiros 30 compromissos de 2023, o time havia conquistado 19 vitórias, três empates e oito 8 derrotas (66,6% de aproveitamento).
O Fluminense também faz menos gols e sofre mais neste ano. Em 2023, o clube carioca marcou 59 jogos nos primeiros 30 jogos (1,96 por jogo) — agora são 41 (1,36). A equipe sofreu 20 nos primeiros 30 jogos (0,66 por jogo) de 2023, e agora já são 32 (1,06) gols contra.