Em um contrato que envolve a exclusividade nacional de transmissão em TV aberta, fechada, streaming e pay-per-view entre os anos de 2025 e 2029, Grêmio, os demais clubes da Liga do Futebol Brasileiro (Libra) e Globo fecharam uma negociação bilionária envolvendo os direitos do Brasileirão.
Com duração de cinco anos, o contrato prevê o pagamento de mais de R$6 bilhões aos clubes da entidade. Deste valor, cerca de 10% será dividido entre os clubes como um adiantamento. Neste caso, o Grêmio receberá R$ 73 milhões. Esta é a primeira vez que um bloco de clubes fecha um contrato em conjunto para a venda de direitos da totalidade de seus jogos como mandantes no Campeonato Brasileiro.
— Este é um momento de celebração para a Libra, mas não vamos parar por aqui. Temos nos dedicado incansavelmente para criar um movimento novo, de evolução e crescimento sustentável para o nosso campeonato. Chegamos a um acordo que representa a grandiosidade do bloco. Teremos ao nosso lado uma parceira histórica e reconhecida do futebol brasileiro — disse Alberto Guerra, presidente do Grêmio.
O valor anual acordado entre as partes é de cerca de R$1,3 bilhão pelos direitos de TV aberta e fechada, mais um adicional que virá do pay-per-view em formato de participação direta dos clubes da Libra no resultado das receitas da plataforma. Os valores podem ser alterados para cima ou para baixo caso haja uma adesão maior de clubes, ou um número menor de integrantes do grupo participando na temporada da Série A.
O montante arrecadado com os direitos de transmissão da Libra será distribuído entre seus clubes a partir de regra aprovada em assembleia geral da entidade: 40% igualitário, 30% performance e 30% audiência. Caberá ainda um repasse de 3% do valor total para os clubes da Libra que estiverem na Série B, como forma de estimular a competitividade no cenário nacional.
— Entendemos que o modelo de distribuição de conteúdo do Campeonato Brasileiro vai evoluir, e teremos novas plataformas participando, mas para isso fazer sentido estratégico e gerar mais valor financeiro, precisamos de passos anteriores como o alinhamento dos blocos comerciais, a aproximação para a formação da Liga com todos os clubes, uma visão de produto e o cuidado com inúmeros aspectos que precisam ser discutidos e definidos, como fairplay financeiro, padronização da publicidade, calendário e muitos outros — argumentou Silvio Matos, CEO da Libra.
A Libra é formada por ABC-RN, Atlético-MG, Bahia, Brusque-SC, Corinthians, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Paysandu, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa-MA, Santos, São Paulo e Vitória. São 19 equipes, sendo nove delas na Série A de 2024. Dos representantes da Libra na primeira divisão atual, apenas o Corinthians ainda não assinou com a Globo.