O Grêmio fez um importante ajuste financeiro nos últimos dias para contratar mais reforços. Com o orçamento apertado por conta de renovações consideradas necessárias, o clube buscou novas receitas e conseguiu espaço na folha salarial para adquirir pelo menos mais três jogadores. A direção prioriza um centroavante, um lateral-esquerdo e um ponta-direita e também monitora zagueiros e volantes.
Para evitar que o investimento em futebol comprometa as finanças do clube, o clube estabeleceu um teto de gastos. Em 2023, por exemplo, o Tricolor foi vice-campeão brasileiro com uma folha salarial de R$ 10,5 milhões, chegando a R$ 12,5 milhões, se incluídos os custos com a comissão técnica. Apesar do segundo lugar, a folha em questão era apenas a 10ª maior da Série A, conforme análise interna. Por isso, a direção aprovou que, em 2024, os custos totais com os salários do futebol subissem mais R$ 1,5 milhões, chegando a até no máximo R$ 14 milhões mensais.
A direção conseguiu abrir uma brecha ainda maior, em virtude das saídas Luis Suárez, Iturbe e Ferreira e da renegociação no contrato de Pedro Geromel. Com este alívio na folha, o clube viabilizou as contratações de Marchesín, Dodi e Soteldo e separou espaço no caixa para pelo menos mais três a quatro contratações.
Porém, o Grêmio precisou fazer renovações consideradas importantes, que também aumentaram a folha salarial. Entre o fim de 2023 e o início de 2024, a direção estendeu os vínculos do técnico Renato Portaluppi e de Caíque, Gabriel Grando, Bruno Uvini, Galdino, André Henrique e, principalmente, Villasanti, que receberá uma importante valorização salarial a partir desta temporada. Com isso, apenas a chegada do aguardado centroavante já faria o clube atingir a meta dos R$ 14,5 milhões mensais em salários.
Mais espaço no orçamento
Diante disso, por entender que o clube precisa mais do que um camisa 9 para qualificar o plantel à altura de uma Libertadores, o departamento de futebol solicitou ao Conselho de Administração para abrir mais espaço no orçamento do futebol para a chegada de mais reforços.
— Temos uma planilha e não podemos passar um real desse valor. Caso a caso é avaliado. Queríamos mais um volante por questão numérica, queríamos um jogador de drible e velocidade e, dentro deste planejamento, o que podemos trazer é um goleiro e um centroavante. Era o goleiro que queríamos (Marchesín). E o centroavante tocamos algumas negociações de forma simultânea. Temos que conversar com os atletas para sermos assertivos. Será o maior tiro — disse o vice de futebol Antonio Brum logo após a apresentação do goleiro Agustín Marchesín, no dia 15 de janeiro.
Além disso, pesou o mercado inflacionado por conta das SAFs e das Ligas, que turbinaram os cofres de diversos clubes nacionais. Conforme análise interna, mesmo com o aumento da folha de 12,5 milhões para 14 milhões, o Grêmio desceria da 10ª para a 12ª colocação entre as maiores folhas da Série A.
Por isso, o Conselho de Administração determinou que fossem buscadas novas receitas. Uma delas é a perspectiva mais concreta de receitas relacionadas à Libra. O clube planeja receber, em breve, um aporte ligado à venda dos direitos de televisionamento e, também, uma verba extra de R$ 20 milhões, relativa à venda de parte dos direitos de uma recém-criada agência de publicidade, que irá intermediar contratos de patrocínio para os clubes do bloco.
Além disso, o Grêmio arrecadou em janeiro mais do que o previsto com vendas de jogadores. Com as negociações de Ferreira com o São Paulo, de Campaz com o Rosario Central-ARG e de Rodrigues com o San Jose Earthquakes-EUA, o clube recebeu US$ 5,3 milhões (R$ 26,2 milhões), o que dá um fôlego extra aos cofres.
Desta forma, a direção tricolor conseguiu abrir espaço nas finanças para contratar sem estourar as metas orçamentárias. Assim, a expectativa é de que os reforços cheguem, em sua maioria, a partir da primeira semana de fevereiro, quando as janelas na Europa estarão fechadas, e o Tricolor não terá mais a concorrência com os clubes dos principais mercados europeus.