O Gauchão de 2024 pode ir para a linha do tempo gremista como um novo marco histórico. O Tricolor começa neste sábado (20), às 16h30min, contra o Caxias, uma jornada em busca da ampliação da hegemonia consolidada desde 2018. São seis títulos consecutivos. Neste ano, o clube tem a chance de alcançar o heptacampeonato, feito que registrou somente uma vez, em 1968.
O estadual também é para o Grêmio a sequência de uma retomada positiva desde a queda para a segunda divisão em 2021. Depois de retornar à elite do futebol brasileiro, ficou com o vice-campeonato nacional no ano passado, a dois pontos do líder Palmeiras.
Classificado para a Libertadores, o grupo ainda busca se reforçar, principalmente na posição que há bem pouco tempo abrigava a maior estrela do elenco: o centroavante Luís Suárez. Até o momento, foram confirmados três reforços: o volante Dodi, o atacante Soteldo e o goleiro Marchesín. Para as primeiras rodadas, a direção garante que será utilizada a força máxima disponível no momento, isto é, aqueles jogadores que estiverem em melhor condição física.
Questionado sobre a necessidade de reforços para a temporada, o presidente Alberto Guerra afirma que a palavra para 2024 é "continuidade". Para ele, as contratações devam ser pontuais e a busca por "quantidade" ficou na reestruturação de grupo feita entre 2022 e 2023. Mesmo cobrado pela torcida pela qualificação do elenco, o dirigente está confiante para a temporada, a começar pelo estadual.
— Como dirigente, eu participei de quatro campeonatos gaúchos. Felizmente, eu ganhei os quatro. E em todos eles eu não era favorito. Mais uma vez, vamos entrar humildemente, com os pés no chão. Uma coisa é fazer time, se preocupar com time, e outra coisa é pensar o clube. E eu acho que o desafio de um presidente é pensar no clube, fazendo um bom time. E a gente está nesse caminho, pensando em um clube a médio e longo prazo. Eu acho que o nosso time é muito bom sim, e com alguns reforços a gente vai ficar muito mais competitivo — disse Guerra em entrevista à Confraria do Pedro Ernesto, na Rádio Gaúcha, na semana passada.
1968
Foi há mais de 50 anos que o Grêmio conquistou o único heptacampeonato estadual da sua história. Depois de um empate sem gols com o Juventude, no Olímpico, o clube celebrou o feito inédito no futebol gaúcho até então — o Inter repetiu o hepta e alcançou o octacampeonato na sequência, entre 1969 e 1976.
O período de sete taças consecutivas fez parte de um era dominada pelo Grêmio. De 1956 a 1960, o time comandando por Oswaldo Rolla, o Foguinho, chegou ao pentacampeonato. O Inter interrompeu a sequência vitoriosa em 1961. Ou seja, em 13 anos, foram 12 conquistas do Grêmio.
O grupo de Foguinho, com nomes como Onete, Sérgio, Airton "Pavilhão", Nelci, Altino, Élton, Figueiró, Calvet, Ênio Rodrigues, Hercílio, Gessy, Juarez, Mílton e Vieira, recebeu outros atletas nos anos seguintes, que qualificaram ainda mais o time na busca por mais taças do Gauchão, a exemplo de Ortunho, Altemir, Mourão, Marino e João Severiano.
No período do heptacampeonato, os treinadores variaram entre nomes como Sérgio Moacir, Carlos Froner e Luíz Engelke.