O Grêmio, enfim, está vendo em campo a versão de Villasanti que foi buscar no Paraguai dois anos atrás. O volante de marcação afiada, mas que também é perigoso na área do adversário, apareceu nesta temporada após sua adaptação ao clube e à rotina do futebol brasileiro. Aos 26 anos, quando ele acredita estar em seu melhor momento na carreira, o meio-campista se tornou peça-chave no esquema tático de Renato Portaluppi.
Após ressurgir no ano passado em versão mais defensiva com Roger Machado, depois da decepção de chegar no meio da turbulência que rebaixou o clube em 2021, o jogador confirmou a aposta feita com o aval de Arce. Esperança de dias melhores na renovação da seleção paraguaia, o ex-jogador do Cerro Porteño vive sua temporada com mais participações em gols — são seis gols e duas assistências.
Com Villa em campo na Arena, o torcedor gremista ganha esperança de mais um bom resultado no Brasileirão, no jogo deste sábado, às 21h, contra o Atlético-MG.
Confira abaixo a entrevista com o volante:
Você começou o ano fora do time titular. Como foi o trabalho para recuperar sua posição?
O grupo do Grêmio é um grupo muito qualificado. É normal você ter momentos como titular e momentos no banco de reservas. É preciso trabalhar. Eu sempre soube da minha qualidade e do que posso contribuir para a equipe. E quando há essa competição saudável entre os atletas é mais confortável para se trabalhar.
Você considera que o ano de 2023 é sua melhor temporada na carreira?
Tive boas temporadas no Cerro também, mas acredito que essa seja a que sou mais decisivo, seja marcando gol ou com assistências. É tudo fruto do trabalho que temos no dia a dia. O professor nos passa a confiança para podermos atuar com bastante qualidade dentro de campo.
Essa versão sua é uma novidade. Ano passado te conhecemos mais como um marcador eficiente e em 2023 você está se destacando por atacar com muita qualidade. Qual é a explicação para essa mudança de perfil?
Particularmente, me considero um jogador obediente taticamente, podendo atuar tanto atrás da linha da bola quanto dentro da área do adversário.
Renato tem o histórico de elevar muito o nível dos volantes de suas equipes. Como o estilo de jogo dele ajuda a mostrar esse bom desempenho?
O Renato tem o dom de deixar o atleta à vontade, seja em qualquer posição. É como ele diz, não é porque tem jogos que entramos com três zagueiros que somos uma equipe defensiva. Cada um tem uma função a ser aplicada dentro de campo. Se os volantes vêm tendo destaque, é porque estamos cumprindo aquilo que é falado no pré-jogo.
Você marcou seis gols até o momento, o maior número de toda sua carreira. Entrar na área do adversário é algo que você se sente confortável em fazer?
É algo que me deixa extremamente feliz, marcar o gol e poder dedicar para meu filho. Hoje, me sinto bem à vontade. Conforme as coisas vão acontecendo, após o primeiro, segundo, terceiro gol, você vai ficando mais confortável.
O confronto com o Flamengo na semana que vem (quarta-feira, dia 26) pela Copa do Brasil é considerado fundamental para o Grêmio. Como vocês enxergam esse jogo?
Sabemos da importância dessa partida e estamos muito focados. Mas também é uma partida de extrema importância para o Flamengo. Os dois times jogam para vencer. Semifinal de Copa é assim, não existe mais favorito. Vai levar aquele que estiver com mais vontade de vencer. E pode ter certeza, o Grêmio está com essa vontade.
Aos 26 anos, como destaque no Grêmio e na seleção paraguaia, é provável que clubes do Exterior estejam observado. Uma negociação para a Europa é algo que te motivaria?
Hoje, não sei nada a respeito disso, mas sempre é motivo de orgulho times de grande nível, como é o europeu, estarem de olho em você. É uma valorização do nosso trabalho como atleta. Mas atualmente estou focado totalmente em ajudar o Grêmio a conquistar nossos objetivos.
Qual é seu grande objetivo para 2023?
Após uma temporada dura, como foi o ano passado pro Grêmio, queremos coroar nosso time com um título. Sabemos da dificuldade das duas competições que estamos disputando, mas estamos no páreo. Nosso grupo merece, e temos qualidade para isso.
O Paraguai não vai para a Copa desde 2010. Como é a conversa entre os jogadores da seleção para tentar resolver essa seca?
Tratamos esses dados como motivação, né. O futebol sul-americano nivelou muito nos últimos anos. Vemos seleções que antes não tinham tanto destaque ganhando seus jogos contra seleções grandes do nosso futebol. Então tudo pode acontecer. Pretendemos fazer uma boa temporada.