Agora que tudo é Gre-Nal para a Dupla, Renato Portaluppi terá mais dois dias para ajustar os problemas apresentados pelo Grêmio nos últimos jogos. Questões que custaram pontos no Brasileirão e dificuldades na Copa do Brasil. Por isso, a atenção será redobrada nos treinos desta sexta-feira (19) e na atividade de sábado (20).
Será a última oportunidade de realizar correções na equipe para um clássico que chega com os dois times em baixa e que pode causar consequências mais importantes para o lado derrotado. Mas que também poderá pacificar as turbulências nos bastidores do time vencedor. A seguir, ZH aponta três focos das dificuldades do Grêmio nas últimas partidas.
Melhorar a construção desde a zaga
As lesões de Reinaldo e Fabio ficaram evidentes nas performances recentes da dupla. No caso do lateral-direito, o problema no tornozelo não está completamente solucionado. Recuperado de um estiramento no ligamento colateral medial do joelho esquerdo, o titular do lado esquerdo da defesa vai para seu quarto jogo em um período de 11 dias. Isso após um mês no DM.
— Renato explicou que não gosta que o time saia jogando quando é pressionado. Disse que precisa dar o chutão. E como Suárez não é um jogador que consiga disputar no alto, a bola bate e volta. Os laterais acabam sem participar. Talvez a defesa construindo desde trás dê mais controle da bola. Tudo começa pelos zagueiros – afirma o analista tático Gabriel Corrêa, do Footure.
Aumentar a intensidade do meio de campo
O trio Bitello, Cristaldo e Vina surgiu como solução para o Grêmio no Gauchão. A escalação, no entanto, se mostrou insuficiente em jogos com maior grau de dificuldade. Dos três, apenas o jovem formado na base gremista tem mobilidade e intensidade.
O problema é que Bitello está descontado fisicamente por conta de uma lesão.
— Precisamos bastante dele (Bitello). Não vamos esperar ele estourar. Ele não treina. Tem um tipo de lesão que causa dor, mas não é de estourar. Estamos tendo todo o cuidado — avisou Renato.
A falta de mobilidade no meio impacta nos problemas físicos do time.
— Se a bola bate e volta, desgasta a equipe. No Gauchão, não víamos o Grêmio dar chutão. Isso gera o problemas para o time — avalia Gabriel Corrêa.
Alternativas para as pontas
Enquanto a janela de transferências não chega, Renato não terá as peças que tanto deseja. O técnico, atualmente, conta com Zinho e Galdino como opções de atacantes de velocidade, com Ferreira no DM.
— O que resolveria essa carência é colocar Zinho ou Galdino como titulares. Assim, terá a velocidade. É o cobertor curto. Perderá um pouco de controle no meio — opina o analista tático do Footure.
A aposta da comissão técnica é manter a escalação sem atacantes de lado e acreditar no poder de finalização do seu camisa 9.
— Suárez pode decidir no espaço curto. Ele perdeu a aceleração, mas no espaço curto ele sabe como proteger a bola e arrumar espaço para finalizar — avalia Cláudio Duarte, técnico campeão da primeira Copa do Brasil com o Grêmio, em 1989.
De onde tirar esperança
A esperança de bons momentos no Grêmio em 2023 atende pelo nome de Luis Suárez. O centroavante mostra a cada vez que entra em campo que segue como um dos melhores artilheiros do futebol brasileiro.
O que deve trazer mais confiança para o torcedor do Grêmio é o histórico do camisa 9 em clássicos. Até hoje, o Gre-Nal é o que falta para o cartel de rivalidades de Suárez — o uruguaio marcou em todos os outros clássicos que disputou.
Após passar em branco no confronto de 5 de março, a partida deste domingo (21) é mais uma oportunidade de confirmar sua fama de gols contra rivais. O golaço diante do Cruzeiro serve de lembrete da versatilidade do jogador, que marcou em um belo chute de fora da área.