O Grêmio segue insatisfeito com a decisão do Juizado do Torcedor de interditar a arquibancada norte da Arena de forma preventiva após a briga entre torcedores durante a partida contra o Cruzeiro, no último domingo (21). O departamento jurídico do clube se prepara para ingressar com um mandado de segurança para obter a liberação do setor para o confronto com o Ituano, nesta sexta-feira (26). A ideia é entrar com o pedido ainda nesta quarta-feira (24) ou, no máximo, na quinta (25).
O objetivo do Grêmio é obter uma liminar que garanta que o setor possa receber torcedores até haja o julgamento dos incidentes acontecidos no último domingo (21). Além da interdição do setor, o Juizado do Torcedor determinou punições para quatro torcidas organizadas do clube. Foram suspensas por 90 dias a Geral do Grêmio, a Rasta, a Garra Tricolor e a Torcida Jovem.
Na segunda-feira, o presidente Romildo Bolzan Jr. negou que o clube tenha sido negligente e criticou a decisão tomada pelo Juizado do Torcedor. Segundo a manifestação do presidente, a posição do clube é pela individualização das responsabilidades pelas cenas de violência.
— Esse processo está sendo julgado, e a decisão foi julgar fora do processo. O Ministério Público pediu a suspensão das organizadas, nunca pediu a interdição do espaço. Se alguém pensa que o Grêmio negligenciou, sabem quantos biometrizados temos aqui? Quarenta e cinco mil pessoas estão cadastradas ali. O Grêmio não pode ser acusado de negligência — pontuou o dirigente.
A decisão de fechar o setor norte foi tomada pelo juiz o Marco Aurélio Xavier, o titular do Juizado Do Torcedor. Ele explicou em entrevista ao programa Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, na segunda-feira (22), que a posição foi tomada de forma preventiva e era indispensável.
— Essa medida tem natureza preventiva, não podemos permitir que diante de atos de violência de tamanha gravidade as coisas aconteçam normalmente no próximo jogo. A medida por si só, obviamente, não é suficiente (para conter a violência). Temos duas ações civis públicas que podem proibir as organizadas de três meses a três anos. Essa sim uma medida mais efetiva no sentido de corrigir os rumos das torcidas organizadas. A medida cautelar vai repercutir nas ações civis públicas que estão em andamento — explicou.
Na terça-feira (23), a administração da Arena manifestou em nota a contrariedade com a decisão tomada pelo Juizado e prometeu tomar medidas judiciais. O mandado de segurança do Grêmio, porém, está sendo preparado de forma separado da Arena.