Inter e Grêmio se conhecem. Há uma semana, porém, o encontro entre eles não entregou tudo o que prometeram. Pelo contrário, o clássico 435 mostrou o melhor dos colorados e o pior dos tricolores. Entretanto, nem só de Gre-Nal vive a temporada. Os dois tiveram virtudes e problemas nas demais partidas. Elencamos três pontos fortes e três pontos fracos do Grêmio na expectativa pela semifinal do Gauchão.
Pontos fortes do Grêmio
Bola parada
A versão 2022 do Grêmio de Roger Machado tem bom aproveitamento na bola aérea ofensiva. Dos nove gols marcados desde a chegada da nova comissão técnica, três tiveram origem com o fundamento. Diego Souza, Bruno Alves e Gabriel Silva marcaram em lançamentos na área. Além dos cabeceadores com bom nível de efetividade, Nicolas é uma das armas para o quesito. O lateral deu duas assistências em cobranças de falta ou escanteio. E também teve outra participação em gol, mas, desta vez, com bola rolando, na vitória sobre o Aimoré.
Em lances de bola parada, o Grêmio ainda teve o gol olímpico de Campaz contra o Ypiranga e o pênalti convertido por Janderson contra o São Luiz.
Mobilidade
O mistério da escalação gremista para o Gre-Nal passa essencialmente pela estrutura do meio-campo. Roger Machado conta com duas opções, mas só revelará a escolhida minutos antes do clássico. Uma certeza, no entanto, é a manutenção de Bitello e Villasanti entre os titulares. Os dois jogadores garantem que a faixa central conte com duas peças que entregam muita mobilidade para a equipe.
Após a vitória sobre o Ypiranga, Roger citou a opção por utilizar Campaz completando o trio de meio para a partida. Alternativa que tem boas chances de ser repetida contra o Inter.
— A opção por um time mais leve foi para ter jogadores que conseguem reter a bola pela técnica e que a gente não devolvesse tanto para o adversário. Mas é uma conta simples. No mesmo momento que preciso de jogadores que não têm tanta característica de marcação, preciso que eles nos ajudem na defesa — disse Roger.
Ferreira
Principal esperança do sistema ofensivo, o camisa 10 cumpriu todos os passos definidos pelo departamento médico para retornar. O Grêmio, inclusive, preservou Ferreira contra o Ypiranga para que o jogador fosse presença garantida no Gre-Nal. Além de dores no púbis, o atacante também teve de realizar tratamento para uma lesão muscular na coxa direita. Será a estreia do jogador em uma partida sob o comando de Roger Machado, que conta com o reforço para ser o diferencial pelo lado esquerdo de ataque.
Pontos fracos do Grêmio
Espaçamento do time
Corrigir o problema de espaçamento entre defesa e meio de campo apresentado no Beira-Rio virou parte importante dos treinos na semana no CT Presidente Luiz Carvalho. Quando o Grêmio tentava pressionar a saída de bola no último clássico, o bloco defensivo cedia campo para que o time de Medina explorasse os espaços em áreas perigosas do campo.
— Nossa incapacidade de dominar o jogo tecnicamente nos impediu de controlar a bola, de conseguir fechar o centro do campo. Onde sabíamos que o Inter usa muitos jogadores, ampliando os lados com os beiradas. E na hora de retomar a bola, que pudéssemos contra-atacar. Ficamos expostos no primeiro tempo — citou Roger, após a derrota no clássico 435.
O controle da partida pelo Inter se confirmou nesses momentos de desatenção. A nova formação para o jogo deste sábado também deve ajudar a evitar o desencontro entre volantes e a linha de laterais e zagueiros.
Insegurança
O Gre-Nal virou ponto de preocupação pelo retrospecto recente. Nos dois últimos jogos no Beira-Rio, o Grêmio perdeu duas vezes. No ano passado, a derrota encaminhou a equipe de Vagner Mancini para o rebaixamento. E no confronto deste ano, pelo Gauchão, o desempenho ligou o sinal de alerta na direção e também na comissão técnica.
— Foi o pior Gre-Nal da minha vida. Nunca tinha visto o Grêmio com um desempenho dessa forma. Mas serve para corrigir, melhorar e buscar as soluções. O departamento de futebol está trabalho fortemente nisso. Um jogo como esse assusta, nos deixa impactado para o lado negativo — disse o presidente Romildo Bolzan após o clássico 435.
O clube colocou à disposição do grupo de jogadores o atendimento de psicólogos para ajudar na remobilização.
Desfalques
O departamento médico do Grêmio tem protagonismo na semana que antecede o início das semifinais do Gauchão. Além da expectativa pela liberação de Diego Souza, que cumpre a reta final dos protocolos de retorno, o time também monitora algumas situações que preocupam a comissão técnica. Rodrigues deixou a última partida relatando dores, mas participou dos primeiros treinos abertos para a imprensa na semana.
A partir desta quarta-feira, os trabalhos no CT Presidente Luiz Carvalho serão conduzidos sem a presença dos repórteres. Brenno também foi poupado da parte final do trabalho da última segunda-feira. Ferreira cumpriu uma série de marcas estabelecidas pela preparação física e fisioterapia e vai retornar após 40 dias longe dos gramados.