O colombiano Miguel Borja, 28 anos, já está em Porto Alegre para assinar contrato de empréstimo com o Grêmio até o fim de 2022. O jogador, que tem vínculo com o Palmeiras, será o 15º centroavante contratado pelo clube gaúcho na gestão do presidente Romildo Bolzan Júnior, que se iniciou em 2015.
Muitos dos nomes trazidos para a função do camisa 9 o torcedor nem sequer deve lembrar — ou sim, mas não por um bom motivo. Na primeira temporada como presidente da equipe tricolor, Bolzan contratou três jogadores para a posição: o uruguaio Braian Rodríguez e os brasileiros Bobô e Victor Rangel, à época chamado de Vitinho. Eles tinham a missão de substituir Hernán Barcos e Marcelo Moreno, negociados naquele ano pelo clube. Nenhum deles, porém, conseguiu se firmar.
No ano seguinte, a aposta do Grêmio para a posição foi em Henrique Almeida, que vinha de boa temporada pelo Coritiba. A contratação ficou marcada por ter sido um "chapéu" no rival Inter, que também negociava com o jogador. O desempenho dele, no entanto, deixou a desejar e Luan passou a ser usado como falso 9 — foi assim que o Grêmio conquistou o título da Copa do Brasil.
Em 2017, ano do Tri da Libertadores, o Grêmio foi novamente ao mercado em busca de centroavantes. Desta vez, chegaram Lucas Barrios, que estava no Palmeiras, além de Jael e Beto da Silva. O titular foi Barrios, que teve papel importante na conquista da América, mas Jael também foi fundamental no título saindo do banco de reservas. O peruano teve uma sequência de lesões e foi pouco utilizado.
Com a saída de Barrios, novamente o Tricolor precisava de um camisa 9 para ser titular. O nome escolhido foi o de André, que vinha de boas atuações com a camisa do Sport. Mas, pelo Grêmio, foram 75 jogos e apenas 11 gols. Também foi trazido Hernane Brocador para a reserva, mas ele pouco vestiu a camisa tricolor e deixou o clube.
Mais uma vez, em 2019, Romildo Bolzan e seus dirigentes precisaram ir atrás de um centroavante. Para tentar resolver de vez o problema da camisa 9, anunciaram Diego Tardelli e Felipe Vizeu. O primeiro chegou a dizer que não queria jogar como último homem do ataque e não conseguiu se firmar com a camisa tricolor, já o segundo conviveu com uma lesão no joelho e não teve boa passagem pelo clube.
No ano passado, mais dois Diegos chegaram para a posição. O veterano Diego Souza assumiu a titularidade e correspondeu. Não à toa, foi o principal goleador da temporada passada no futebol brasileiro, com 28 gols. Mas o clube ainda buscou um reserva no Cerro Porteño-PAR, o argentino Diego Churín. Em 33 partidas pelo Tricolor, soma apenas cinco gols.
Com os problemas físicos de Diego Souza e a lesão de Diego Churín neste ano, o Grêmio ficou com o garoto Ricardinho, vindo da base, como única opção para o comando do ataque em diversos jogos. Assim, o técnico Luiz Felipe Scolari pediu a contratação de mais um centroavante. O nome trazido é o do colombiano Miguel Borja, que foi jogador de Felipão no Palmeiras. Ele ainda não foi anunciado, mas está na Capital para assinar com o clube gaúcho.
Será que, enfim, o Grêmio encontrou o centroavante ideal? Só o tempo dirá se chegou o camisa 9 que o torcedor — e o presidente Romildo Bolzan Júnior — espera há tantos anos.
Os centroavantes contratados pelo Grêmio na gestão Romildo Bolzan:*
- 2015 — Braian Rodríguez (Real Betis-ESP), Bobô (Kayserispor-TUR) e Victor Rangel (Guarani-SC)
- 2016 — Henrique Almeida (Botafogo)
- 2017 — Beto da Silva (PSV), Jael (Joinville) e Lucas Barrios (Palmeiras)
- 2018 — André (Sport), Hernane Brocador (Bahia)
- 2019 — Diego Tardelli (Shandong Luneng-CHI), Felipe Vizeu (Udinese-ITA) e Luciano (Fluminense)
- 2020 — Diego Churín (Cerro Porteño-PAR) e Diego Souza (São Paulo)
- 2021 — Miguel Borja (Palmeiras)
* Não foram listados os jogadores que subiram ou foram trazidos para as categorias de base